“Se as condições não forem interrompidas, o
Brasil será um país que vai reviver aquilo que foi a experiência entre os anos
20 e 45 na Europa”, afirmou o jornalista
16 de outubro de 2021
Jeferson Miola (Foto: Reprodução/Facebook | Reprodução/Divulgação)
O jornalista Jeferson Miola, em entrevista à TV 247, repercutiu mais uma
vez o artigo dos cientistas Michel Gherman e Natalia Pasternak na Folha de S.
Paulo que relaciona as práticas da Prevent Senior aos experimentos nazistas
realizados na Alemanha.
Para ele, a comparação é correta e vai ainda além. O nazismo, de acordo
com Miola, é a principal ideologia na qual se apoia Jair Bolsonaro, que conta
com o apoio das “classes dominantes”. “Tem uma escolha das classes dominantes
nacionais que aderiram a essa saída fascista com o Bolsonaro e o mantêm no
poder ainda hoje. O Bolsonaro não está no poder apenas por um recurso de poder
das Forças Armadas. Ele está no poder porque tem um poder político, que não é
maioria social mas que é maioria política, que o mantém, e o impeachment sai do
radar exatamente por isso”.
“É um governo que se apoia fortemente nessa ideologia, embora nós não
tenhamos aqui uma magnitude demonstrável das consequências drásticas que teve
na Europa, mas isso não significa dizer que o fenômeno não existe. Ele existe,
e a Prevent Senior talvez seja uma espécie de microcosmos de um projeto do qual
o único parentesco histórico sejam os experimentos nazistas feitos nos campos
de concentração. Faziam experimentos humanos, sem amparo ético e que tinham uma
característica muito evidente de fortalecer a ideologia alemã”, afirmou.
O jornalista ainda alertou para o que pode acontecer caso o Brasil não
encare de frente a luta contra o fascismo e o nazismo. “Estamos diante de uma
situação que não é trivial, unicamente de luta pela democracia no nosso país. A
luta pela democracia no país se combina com a luta de enfrentamento à maior
ameaça fascista que o mundo contemporâneo está enfrentando hoje. Se as
condições no país não forem interrompidas, o Brasil será efetivamente um país
que vai reviver, em termos nacionais de uma sociedade completamente
‘fascistizada’, aquilo que foi a experiência entre os anos 20 a 45 na Europa. A
retórica que o Bolsonaro adota, e a gente precisa levar isso a sério, é uma
retórica que informa efetivamente a natureza desse projeto, que é de
extermínio, de aniquilamento e que tem como característica central destruir
tudo”.
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