Foto: Agência Brasil
Conhecida como de aluguel, sigla do ex-juiz
condenado na Lava Jato desvia recursos do fundo partidário
10 de novembro de 2021
A filiação de Sergio Moro ao Podemos é vista pela Lava Jato como um
legado. Nos bastidores, entretanto, o ex-juiz tenta contornar entraves no
universo político. Apoiadores da operação, políticos de outras legendas e
presidenciáveis de centro-direita tentam costurar a chamada terceira via foram
convidados para o evento de filiação do ex-ministro de Jair Bolsonaro. Um dos
desafios de Moro é abandonar sua pauta única de combate à corrupção e segurança
pública para disputar a eleição.
A sigla pela qual vai se candidatar, o Podemos, desvia recursos do fundo
partidário para a família Abreu, dona do partido.
Ele não deve assumir formalmente seu ingresso na disputa presidencial
nesta quarta (10), mas discursará como pré-candidato. Segundo auxiliares, a
fala do ex-juiz vai girar em torno de propostas. A informação é da Folha.
A “biografia” de Moro e suas poucas chances
na política
Moro foi condenado como parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
neste ano. Foram anuladas as ações dos casos tríplex, sítio de Atibaia e
Instituto Lula pela Lava Jato. Entre os pontos que levaram à suspeição de Moro
estão condução coercitiva sem prévia intimação para oitiva, divulgação de
grampos e interceptações telefônicas de Lula, familiares e advogados antes de
adotadas outras medidas investigativas.
Outro episódio que acabou com a “biografia” de Moro é a divulgação de
suas mensagens com procuradores da operação. A Vaza Jato expôs o conluio entre
ele e membros do MPF (Ministério Público Federal). O então juiz orientou a
inclusão de provas contra réu em denúncia já oferecida pelo órgão, indicou
testemunha que poderia colaborar contra Lula, sugeriu alterar a ordem das fases
da Lava Jato e antecipou ao menos uma decisão judicial.
A participação de Moro no governo Bolsonaro também pesa em sua carreira.
Ele aceitou ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro em 2019.
Moro é visto por aliados como uma chance de disputar como candidato da
“terceira via”. Se as pesquisas de intenção de voto se confirmarem, entretanto,
terá uma carreira política fracassada assim como a de juiz. Pesquisa Datafolha
divulgada em maio mostra o ex-juiz com 7% das intenções de voto, empatado
tecnicamente com Ciro Gomes, que tinha 6%.
A única chance que Moro tem de ser competitivo é contando com apoio dos
outros candidatos da “terceira via”. Em pesquisa feita em setembro, o Datafolha
aponta Ciro com 9%, João Doria com 4% e Mandetta, 3%. Os líderes do
levantamento, Lula e Bolsonaro, aparecem respectivamente com 44% e 26% no
primeiro turno.
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