(Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados |
Marcos Corrêa/PR)
Segundo o deputado bolsonarista Delegado
Waldir (PSL), o controle dos investimentos do governo federal saiu dos
ministérios e ficou concentrado nas mãos de Lira e do presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD). “Ele é quem carrega o governo. Quem manda no governo
hoje é o Lira. Não é o Bolsonaro, é o Lira”
20 de novembro de 2021
Em entrevista o The Intercept Brasil, o deputado bolsonarista Waldir
Soares de Oliveira (PSL), Delegado Waldir, revelou os bastidores da eleição que
levou o deputado Arthur Lira (PP) à presidência da Câmara dos Deputados. “A
promessa de R$ 10 milhões em emendas do orçamento secreto para cada deputado
que votasse em Lira. É o Bolsolão, o esquema de compra de votos do governo
Bolsonaro”, diz reportagem.
Waldir revelou ao The Intercept os detalhes de como funciona o
“orçamento secreto” de Jair Bolsonaro, o esquema de compra de votos através de
emendas do relator, “um novo tipo de rubrica de gastos que totaliza uma
montanha de R$ 18,5 bilhões em 2021, propostos por deputados cujos nomes são
mantidos em sigilo pela Câmara”. O esquema foi suspenso pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) em decisão liminar de Rosa Weber.
“Waldir diz ter recebido a oferta de R$ 10 milhões em emendas em troca
do voto em Lira. Pode ter sido até mais. Waldir, em dado momento da conversa,
disse que outros R$ 10 milhões foram acordados no mesmo período, mas ele não
soube precisar se também em troca do voto em Lira ou da aprovação de algum
outro projeto à época”, destaca o The Intercept.
A reportagem lembra ainda que, “uma vez no comando da Câmara, Lira
passou a usar as emendas de relator para se tornar uma espécie de
primeiro-ministro informal – ou o chefe do governo semipresidencialista que ele
defende. Sem a transparência devida, as emendas secretas se tornaram peças de
barganha para que Lira aprove projetos de interesse do governo ou dele mesmo”.
Segundo o deputado bolsonarista, o controle dos investimentos do governo
federal saiu dos ministérios e ficou concentrado nas mãos de Lira e do
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). “Ele é quem carrega o governo.
Quem manda no governo hoje é o Lira. Não é o Bolsonaro, é o Lira”, disse.
Ele ainda denunciou que o deputado bolsonarista Vitor Hugo, de seu
partido, recebeu R$ 300 milhões em emendas secretas e que também deputados da
oposição receberam verbas do orçamento secreto após negociarem com Lira.
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