Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
Há quatro formas principais de perseguição:
opressão física, administrativa ou moral e o silenciamento
29 de novembro de 2021
Guilherme Amado, no Metrópoles - Os métodos de perseguição bolsonarista
usados contra servidores públicos que discordam dele foram esmiuçados em um
estudo feito por duas pesquisadoras da FGV. Gabriela Lotta, professora de
administração pública na FGV e professora visitante na Universidade Oxford, e
Mariana Silveira, doutoranda na FGV, entrevistaram mais de 100 servidores
públicos para conseguir montar o diagnóstico.
Das entrevistas, emergiram quatro formas principais de perseguição:
opressão física, administrativa ou moral e o silenciamento. Entre as táticas
usadas, as pesquisadoras apontam mudanças em procedimentos burocráticos.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com a rotina para pedir a extradição
de criminosos brasileiros no exterior. Devido ao pedido de prisão do ativista
bolsonarista Allan dos Santos, a Secretaria Nacional de Justiça determinou que
a partir de então todos os pedidos deveriam passar pelo titular do órgão, o
bolsonarista José Vicente Santini.
Antes, bastava a assinatura da chefe da Diretoria de Recuperação de
Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça (DRCI). A
delegada Silvia Amélia, que comandava a DRCI, foi demitida.
A pesquisa também lista a proibição de participações em reuniões ou
eventos e a perseguição ideológica devido a ideias apresentadas em reuniões de
trabalho.
“Um dos casos mais recorrentes que vimos foi dos servidores que sofreram
processo administrativo por publicar informações que deveriam ser públicas. Um
deles, inclusive, após enviar um relatório para o TCU, foi retirado de sua
organização pela polícia. Não pode nem pegar seu computador, nem nada. E isso
por enviar informações que eram de sua responsabilidade enviar”, disse Lotta.
O estudo completo ainda não foi publicado, mas é possível consultar uma
prévia em inglês no site do Centro de Estudos Legislativos da UFMG.
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