Miriam Leitão, Lula, Bolsonaro, Moro,
Doria, Leite e Pacheco (Foto: Reprodução | ABR | Ricardo Stuckert)
Mesmo adversária ferrenha da esquerda e
hostil ao PT, a jornalista Miriam Leitão reconhece: Lula é largamente favorito
e todas as demais candidaturas patinam
14 de novembro de 2021
Inimiga ferrenha dos governos do PT, a jornalista Miriam Leitão, uma
porta-voz informal da família Marinho para os temas econômicos e pessoa de
confiança do mercado financeiro, reconheceu em artigo neste domingo (14): Lula
é o grande favorito para 2022 e todas as demais candidaturas, de Bolsonaro a
Moro, passando pelo PSDB e Pacheco, estão em crise. “A intenção de voto em Lula
na espontânea saiu de 22% para 29% em um mês. E na estimulada ele tem 46%.
Ainda é apenas um retrato, mas é bem favorável ao ex-presidente”, admitiu a
contragosto.
No artigo, publicado em O Globo, ela agitou a surrada bandeira do
anticomunismo para atacar o PT, usando o episódio da nota de apoio à eleição de
Daniel Ortega, desautorizada pela presidente do partido, a deputada Gleisi
Hoffmann (PT-PR).
Mas, depois da ferroada obrigatória, Leitão se dobra à realidade do
pleito de 2022: “O aumento da fome é a maior preocupação social. O novo
programa do governo vai cortar pelo menos 20 milhões de famílias que atualmente
recebem o auxílio emergencial. Lula tem forte recall positivo quando o assunto
é combate à pobreza”.
No texto, a jornalista pontua o que todas as pesquisas têm indicado, que
a crise da economia e seus reflexos sociais são o centro da eleição e joga a
pergunta no colo da extrema-direita: “A questão é: a economia virá em socorro
de Bolsonaro?”
Ela mesma respode: “As projeções dos economistas dizem que não. O Itaú
prevê que o primeiro trimestre terá 1,2% de alta em relação ao primeiro
trimestre de 2021. No segundo, a mesma comparação contra igual trimestre do ano
anterior será de 0,3% positivo. No terceiro, auge da campanha, será negativo,
-1,1%. E no quarto, -2,5%. Vários bancos e consultorias marcam o mesmo
movimento: o ano começa com algum crescimento e depois despenca e vai para o
negativo. E dentro da economia a maior preocupação do eleitor é com o
crescimento”.
Na casa do morismo, a Globo, Leitão reconhece que a candidatura de Moro
é quase inviável: “O ex-juiz Sergio Moro apareceu em terceira posição na
pesquisa da Genial/Quaest com 8%. Ele irá adiante? A corrupção perdeu espaço na
lista de preocupações de brasileiros. Agora só 9% apontam a corrupção como
sendo o principal problema. A economia está em primeiro para 48%”.
Ela anota que no tatibitate lannçamento de sua candidatura, “Moro tentou
fazer um discurso para além do tema que o tornou conhecido. Não foi muito
convincente”. Ela pontuou mais de uma vez a fragilidade de Moro, enquanto seu
colega Merval Pereira tem gasto o teclado e a voz anunciando a “fortaleza” do
ex-juiz: “Moro terá que ir além da sua bolha, mas parece inconsistente quando
fala de economia ou da questão social. Sua rejeição só não é maior do que a de
Bolsonaro”.
Leitão também registra as fragilidades tucanas e do presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG): “O PSDB ainda discute suas prévias, mas nem
João Dória nem Eduardo Leite têm pontuação importante. O presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco, não é conhecido, mas também não demonstra força neste grid de
largada. (...) O PSDB perdeu um pouco mais de identidade nessa semana em que
tantos tucanos votaram a favor da PEC do calote e do fura-teto.”
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