Sócio-proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson
Maximiano.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Empresa de Francisco Maximiano é alvo da PF
3 de novembro de 2021
A Polícia Federal (PF) encontrou indícios de falsidade ideológica na
compra da Covaxin pelo governo Bolsonaro. É a primeira consequência criminal da
CPI da Covid. A investigação também aponta uso de documentos falsos e
associação criminosa por parte de funcionários da Precisa Medicamentos. A
empresa intermediou a compra do imunizante indiano com a Bharat Biotech. O
contrato foi cancelado em agosto após determinação da CGU (Controladoria-Geral
da União), que também encontrou indícios de irregularidade.
A PF também detectou suspeitas de lavagem de dinheiro por responsáveis
pelo FIB Bank, empresa que deu garantia financeira para a assinatura do
contrato, mesmo não tendo autorização do Banco Central. Foi por isso que, na
semana passada, a corporação cumpriu busca e apreensão em endereços de
Francisco Maximiano, sócio da empresa, e de outras pessoas envolvidas no
esquema.
“O contrato firmado entre a empresa e o Ministério da Saúde é eivado de
vício, atribuído, possivelmente, à malícia dos representantes da Precisa
Medicamentos”, diz juíza na decisão. A autorização para a operação é de
Pollyanna Kelly, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal.
Ela aponta que “extrai-se dos documentos acostados aos autos a
existência de indícios de autoria e materialidade da possível prática de
ilícitos criminais”. Entretanto, negou pedido de prisão dos investigados.
PF tem suspeitas sobre sócio oculto da empresa
A investigação também apurou suspeitas relacionadas ao FIB Bank. Para
agentes, Marcos Tolentino é, possivelmente, um “sócio-oculto” da empresa. “Tudo
em torno do FIB Bank orbita em torno da pessoa de Marcos Tolentino da Silva,
que possui vínculos diretos com as empresas que compõem seu quadro societário
[…], sem contar que ele é o beneficiário final do dinheiro que passa pela conta
da empresa”, diz a decisão.
A PF lembra que o FIB Bank não é um banco ou seguradora e não teria
autorização legal para fornecer garantia financeira. A empresa também teria
inflado seu capital social “mediante atos fraudulentos”.
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