Durante passeio de Bolsonaro pelas ruas de Roma, diversos
jornalistas passaram a ser empurrados e agredidos pelos seguranças que o
acompanhavam. Jornalista Jamil Chade teve seu celular capturado pelos agentes
1º de novembro
de 2021
O terceiro
passeio de Jair Bolsonaro pelas ruas de Roma em apenas três dias é marcado pela
violência de policiais brasileiros e italianos contra jornalistas. O
presidente, depois de retornar para o centro da capital italiana ao concluir o
G20, decidiu encontrar com apoiadores em uma rua atrás da embaixada do Brasil.
O relato e reportagem são do jornalista Jamil Chade, no portal UOL, que
acompanha a passagem de Bolsonaro no G20.
Depois de sair
pelo balcão da embaixada no melhor estilo de Evita Peron para acenar aos
apoiadores, Bolsonaro desceu para falar com os brasileiros. Fez um discurso que
repetia seus principais motes na pandemia e fez fotos com os apoiadores, sempre
sem máscara.
Mas a
violência começou antes de sua aparição. Num certo momento, quando a repórter
da Folha de S. Paulo deu um passo na direção de onde o presidente sairia, um
policial a empurrou com força. Antes, uma produtora da Rede Globo foi
intimidada por supostos populares.
Depois de um
breve discurso, Bolsonaro indicou que sairia para caminhar. E, neste momento,
diversos jornalistas passaram a ser empurrados e agredidos pelos seguranças que
o acompanhavam.
Poucos minutos
depois de Bolsonaro deixar a embaixada, a equipe da Globonews foi agredida por
policiais italianos, enquanto um deles levou um dos jornalistas com violência
até o encostar em um carro. Já os apoiadores de Bolsonaro eram autorizados a
ficar mais perto do presidente.
Quando a
reportagem do UOL foi filmar a violência contra os jornalistas da Globonews e
tentar identificar o policial que cometeu a agressão, o segurança empurrou,
agarrou o braço para torcê-lo e levou o celular. Instantes depois, jogou num
dos cantos da rua.
Diante da
confusão que se estabelecia, Bolsonaro abortou o passeio menos de dez minutos
depois, e retornou para a embaixada.
Num raro
momento mais próxima ao presidente, a coluna perguntou a Bolsonaro por qual
motivo ele não irá para a Cúpula do Clima, em Glasgow. Ele apenas respondeu:
"não te devo satisfação".
Nenhum dos
policiais aceitou explicar se eram segurança da embaixada, privados ou do
estado italiano. Da parte do governo brasileiro, membros da SECOM acompanharam
a caminhada e, em nenhum momento, intercederam ou saíram para ajudar os
jornalistas.
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