Gilmar critica Lava Jato no STF (Foto: STF)
O ministro do STF diz que Moro, condenado
por parcialidade nos processos contra Lula, e Dallagnol terão que discutir suas
atuações partidárias no tempo que estavam no Judiciário e MP "quando e se
essas candidaturas se colocarem"
16 de novembro de 2021
Sputnik - Gilmar Mendes tem talento para agregar pessoas e até reunir
desafetos em um mesmo ambiente. Foi assim com Davi Alcolumbre e André Mendonça
no primeiro dia do IX Fórum Jurídico de Lisboa, coordenado pelo ministro do
STF. Mendes é o segundo sabatinado na série de entrevistas exclusivas da
Sputnik Brasil.
Enquanto Mendonça aguarda há mais de quatro meses Alcolumbre pautar, na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a sabatina para a vaga no
Supremo Tribunal Federal (STF), os dois até se cruzaram no auditório da
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa durante a abertura do fórum,
nesta segunda-feira (15). Mas não se falaram.
Aliás, Alcolumbre também fugiu da imprensa, como fizera Roberto Campos
Neto na última sexta-feira (12), após a ministra Rosa Weber pedir manifestação
da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a possível abertura de inquérito
para apurar crime de insider trading, supostamente praticado pelo presidente do
Banco Central e pelo banqueiro André Esteves.
Mas o silêncio de Alcolumbre após Sputnik Brasil abordá-lo diz mais
sobre ele do que sobre Mendonça. O senador do DEM-AP está acuado com as
denúncias da revista Veja sobre um suposto esquema de rachadinha em seu
gabinete, com um valor aproximado de R$ 2 milhões em cinco anos.
Questionado se atenderia ao "esforço concentrado" anunciado
pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para que a Casa analise e vote
indicações de autoridades para cargos públicos entre os dias 30 de novembro e 2
de dezembro, Alcolumbre saiu pela tangente.
"Vamos aguardar. Vim ver a palestra", limitou-se a responder o
presidente da CCJ.
Indagado pelo correspondente da Sputnik Brasil se estava preocupado com
o pedido do partido Podemos para que fosse afastado da presidência da comissão,
ele silenciou e foi embora acompanhado de sua esposa e de seu advogado.
Por outro lado, Mendonça, que já dissera a jornalistas, pela manhã, que
não falaria com a imprensa, foi solícito com a Sputnik Brasil na parte da
tarde. Já tratado por interlocutores como (futuro) ministro do STF, declinou o
convite de um editor "terrivelmente evangélico" para escrever um
livro, sob o argumento de que está focado na sabatina, e ouviu de uma professora
de Direito que, "mais do que torcendo, está tentando ajudá-lo".
Entretanto, foi do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay,
que chegou a ter 18 clientes na Lava Jato, que Mendonça recebeu o comentário
mais entusiasmado de que já estava demorando demais para ele assumir a vaga do
STF, após a indicação do presidente Jair Bolsonaro. Questionado pela Sputnik
Brasil se estava ansioso e se esperava ser sabatinado entre 30 de novembro e 2
de dezembro, como prometera Pacheco, o ex-ministro da Justiça foi sereno na
resposta.
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