Por Fernando Brito | 25 de Dezembro de 2021
Valentões machistas, na hora em que estão em maus lençóis, costumam usar
mulheres como biombo para suas fraquezas.
Foi o que fez, ontem, Jair Bolsonaro ao transformar seu pronunciamento
de final de ano numa apresentação em que Michele Bolsonaro falou por mais tempo
do que ele.
E, aliás, falou com mais naturalidade que o marido, sempre um robô
quando tem de ler o teleprompter.
É evidente que foi uma tentativa de “remendar” a reação provocada pelo
“funk das cadelas“, usando um falso protagonismo da mulher, embora numa fala
vazia de conteúdo, pois não consegue falar do que fizeram a favor (?) de Deus,
da Pátria, da Família e da Liberdade, ideias das quais esvaziam o conteúdo e
usam como casca de sua indiferença às pessoas e ao país.
Há, também, a preocupação de Jair Bolsonaro de melhorar a visão que dele
têm as mulheres, entre as quais aparece em forte desvantagem eleitoral em todas
as pesquisas, com índices muito abaixo daqueles que obtém entre o público
masculino.
Como tudo aquilo que parece – e, neste caso, é – vazio de sinceridade e
de conteúdo real, não funciona. Ou, no máximo, talvez tenha contribuído para
que a figura presidencial não tenha recebido epítetos pouco apropriados a uma
noite de Natal.
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