Segundo a jornalista, “Bolsonaro é criminoso confesso em muitos
casos de obstrução do trabalho dos servidores"
26 de dezembro
de 2021
A jornalista
Miriam Leitão avalia que a crise na Receita Federal, que resultou na entrega de
cargos por centenas de auditores, é
fruto de “um ataque sistemático ao Estado” feito pelo governo Jair Bolsonaro,
por meio de um “arsenal conhecido”. “Corta cabeças de lideranças com alguma
autonomia, aparelha e, depois, seca recursos. Assim ele fez com Ibama, ICMbio,
IPHAN, Funai, Fundação Palmares, Ministério da Educação, Ministério da Saúde”,
diz ela em sua coluna no jornal O Globo.
“Na Receita, o
governo cortou dinheiro da manutenção da máquina para ter recursos para
aumentar salários da Polícia Federal”, destaca. “Além disso, 44 integrantes do
CARF, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pediram exoneração”,
observa. “A Receita permanece ainda sem corregedor. E isso é importante para
entender a crise.
"O antigo
secretário José Tostes Neto escolheu um candidato para a corregedoria, que foi
aprovado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mas foi vetado pela Casa
Civil. Já é humilhante ter que enviar à Casa Civil o nome de alguém do segundo
escalão do Ministério. Subserviente como é, Paulo Guedes aceitou. Pior. Demitiu
o secretário com uma frase esclarecedora: ‘O presidente quer o seu cargo’”,
afirma ela no texto.
A jornalista
destaca que "o cotidiano desse governo tem como objetivo capturar os
órgãos de Estado para que eles funcionem em torno dos objetivos escusos da
família do presidente e dos seus amigos”.
Ainda segundo
ela, “Bolsonaro é criminoso confesso em muitos casos de obstrução do trabalho
dos servidores. Fez isso no IPHAN e, como ele mesmo informou, para atender ao
interesse empresarial de um amigo dele, Luciano Hang. Isso é crime”. “O aumento
na PF é a forma de comprar lealdade dos agentes e delegados depois de o órgão
ter sofrido a mais violenta intervenção”, ressalta.
“Tudo é parte do mesmo projeto de destruição e
ocupação da máquina. Da terra arrasada, o Brasil precisará se reerguer”,
finaliza.
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