A íntegra do discurso antissemita do “sr. Hitler” em 1935
no Estadão
O fascismo sempre pôde contar com o vetusto
O Estado de S. Paulo, eternamente preocupado com a polarização
Por Kiko Nogueira - 6 de fevereiro de 2022
O Estadão nunca escondeu suas posições ao longo de sua história.
Um recorte do centenário jornal com a data de 17 de setembro de 1935,
que viralizou, mostra que a questão da “escolha muito difícil” é antiga e o
próprio diário nunca titubeou em optar pelo pior.
A matéria intitulada “Importante discurso do sr. Hitler perante o
‘Reichstag'” cita a “firmeza do Partido Nacional-Socialista” e “medidas contra
o bolchevismo e os judeus”.
Está lá reproduzido, na íntegra, o libelo racista do Führer, proibindo,
entre outras coisas, o casamento “misto”. O Estadão também abriu generoso
espaço para Goering, ministro e braço direito do líder nazista.
Hitler estava anunciando as infames Leis de Nuremberg, a legislação antissemita do Reich. Estavam vetadas relações sexuais fora do casamento entre judeus e alemães e o emprego de mulheres alemãs com menos de 45 anos de idade em casas de judeus.
Ele
Apenas pessoas com sangue alemão eram cidadãos. Os demais não tinham
direitos. Em novembro daquele ano, ciganos e negros foram excluídos como
“inimigos do estado racial”.
Judeus passaram a ser perseguido sistematicamente e sujeitos a pogroms.
A sua atividade profissional foi suspensa. Quem violava essa regulamentação era
preso e enviado a campos de concentração. A emigração era cara e os judeus não
eram aceitos em muitos países (entre os quais, o Brasil).
O caminho para a solução final estava aberto.
O Estadão destacou Goering elogiando a suástica como “símbolo da
liberdade”. Era necessário “proteger a pureza da raça ariana” e “tomar medidas
que preservem as mulheres e crianças e as coloquem ao abrigo da lubricidade da
raça, que não sabe dominar-se”.
E vai ladeira abaixo. Isso já era inadmissível à época. Mas era
necessário, para os Mesquistas, defender as nações do perigo do comunismo e
seus agentes hebreus.
O fascismo sempre pôde contar com o vetusto O Estado de S. Paulo,
eternamente preocupado com a polarização.
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