Sergio Moro e Lula (Foto: Reuters | Ricardo Stuckert)
Ex-juiz suspeito, que perseguiu o
ex-presidente Lula e destruiu 4,4 milhões de empregos, fez o primeiro
comentário após ser condenado internacionalmente
28 de abril de 2022
Após o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU)
concluir que o ex-presidente Lula (PT) foi vítima de arbitrariedades e da
parcialidade do ex-juiz suspeito Sergio Moro (União Brasil-SP) na Lava Jato,
tendo tido um julgamento injusto, o ex-magistrado emitiu nota nesta
quinta-feira (28) na qual insiste em negar os fatos.
O órgão da ONU atestou que Lula foi um preso político no Brasil por ter
sido perseguido politicamente por Moro enquanto juiz. O Comitê avaliou que Moro
violou quatro artigos do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da
ONU, do qual o Brasil é signatário. De acordo com a entidade, os direitos de
Lula foram violados inclusive na ocasião das eleições de 2018, quando foi
proibido de se candidatar a presidente da República.
Na nota, Moro sugere que a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal
Federal (STF) de anular, em 2021, os processos contra o petista influenciaram
na conclusão do Comitê da ONU. "Após conhecer o teor do relatório de um
Comitê da ONU e não dos órgãos centrais das Nações Unidas, pode-se perceber que
suas conclusões foram extraídas da decisão do Supremo Tribunal Federal do ano
passado, da 2ª turma da Corte, que anulou as condenações do ex-Presidente Lula.
Considero a decisão do STF um grande erro judiciário e que infelizmente
influenciou indevidamente o Comitê da ONU. De todo modo, nem mesmo o Comitê
nega a corrupção na Petrobras ou afirma a inocência de Lula. Vale destacar que
a condenação do ex-presidente Lula foi referendada por três instâncias do
Judiciário e passou pelo crivo de nove magistrados. Também é possível
constatar, no relatório do Comitê da ONU, robustos votos vencidos que não
deixam dúvidas de que a minha atuação foi legítima na aplicação da lei, no combate
à corrupção e que não houve qualquer tipo de perseguição política".
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