Ana Cristina Valle e Marcelo Nogueira dos Santos (Reprodução)
6 de maio de 2022
Ex-assessor do então deputado Flávio Bolsonaro entre 2003 e 2007 e
caseiro da advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro
(PL), Marcelo Nogueira dos Santos afirma à revista Veja ter provas sobre o
famoso esquema da rachadinha, escândalo que persegue a família do chefe do
Executivo desde o início de seu mandato.
Ele diz possuir gravações de áudio e vídeo que comprovariam a prática do
esquema e pede R$ 200 mil para não revelar os segredos. As imagens mostrariam
Ana Cristina contabilizando o dinheiro acumulado com o recolhimento de parte
dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio. Já os áudios reuniriam
conversas informando o verdadeiro papel de alguns dos principais personagens
envolvidos na tramoia.
Marcelo está escondido em algum lugar da periferia do Rio e não revela
sua exata localização, dizendo temer por sua vida. Ele garante que contará tudo
no momento oportuno e que as consequências das revelações serão constrangedoras
para todo o clã Bolsonaro.
A chantagem do caseiro começou no ano passado, após ele se desentender
com a ex-patroa e deixar o emprego. Um conjunto de mensagens enviadas por
Nogueira à família nos últimos meses o mostra pedindo 200.000 reais para não
contar o que sabe às autoridades.
Em outra mensagem, ele diz estar disposto a chegar às últimas
consequências, tornando público tudo que vivenciou nos vinte anos em que
trabalhou com os Bolsonaros. Em uma terceira, ele ameaça Ana Cristina de morte
caso as negociações não evoluam.
Marcelo acompanhou de perto momentos importantes da família do
presidente. Em 2002, foi cabo eleitoral na campanha vitoriosa de Flávio para
deputado. Após cinco anos empregado no gabinete do parlamentar, ele passou a
trabalhar exclusivamente com Ana Cristina, em 2008, auxiliando na criação de
Jair Renan, o filho caçula de Bolsonaro.
O nome do caseiro já havia aparecido no noticiário em setembro do ano
passado, quando um documento do Exército, da época em que Jair era capitão,
sugeria a ele “averiguar os passeios” de sua então esposa, Rogéria. O caso foi
revelado pelo ex-funcionário e Bolsonaro passou a ser chamado de “corno”.
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