Nélio Machado, Lula, Moro e ONU (Foto: Divulgação)
Criminalista afirma que decisão do Comitê
dos Direitos Humanos da ONU foi exemplar contra o abuso de autoridade do
ex-juiz Moro no caso Lula
29 de abril de 2022
O advogado Nélio Machado, um dos maiores criminalistas do Brasil, com
quase 50 anos de experiência na área, exaltou a decisão tomada pelo Comitê de
Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que considerou o ex-juiz
Sergio Moro parcial na perseguição judicial empreendida contra o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
"A ONU reafirmou o que era visível a olho nu. Eu mesmo havia
suscitado a suspeição do Moro. Ele era absolutamente incompetente para julgar a
Petrobrás. O livro de cabeceira dele não era a Constituição, mas a Minha Luta.
Ele sempre atuou ao lado da acusação", disse Nélio Machado, em entrevista
ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247. "Moro é traidor da
pátria. Quem trai a Constituição, trai a pátria", acrescentou.
Na visão do advogado, Moro não foi o primeiro traidor do Brasil e não
será o último. "O abuso de poder acompanha a nossa História desde
sempre", afirmou, pontuando que o destino de Moro não será alvissareiro.
Na entrevista, ele também criticou os setores da imprensa que se associaram ao
ex-juiz suspeito neste processo de destruição do estado de direito no Brasil.
"A imprensa se engajou no processo de abuso de autoridade contra o
ex-presidente Lula. Ela tinha seus interesses e suas conveniências",
afirma.
Nélio Machado conta que foi advogado de personagens, como Paulo Roberto
Costa e Fernando Soares, que depois se tornaram delatores. "Jamais aceitei
esse tipo de prática", diz ele. "Foi um desserviço à advocacia."
O criminalista também destacou a importância da defesa de Lula. "Os
advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins foram baluartes
dos valores da advocacia. Todos os advogados que valorizam a advocacia os
aplaudem e a OAB deve se penitenciar da sua omissão quando da invasão do escritório.
Os advogados precisam ser revalorizados", apontou.
Na entrevista, Nélio Machado também falou sobre o caso do deputado
Daniel Silveira (PTB-RJ). "O Supremo não se excedeu", afirmou.
"Há sinais indicativos de risco às eleições e de ruptura. Estamos diante
de um cortejo fúnebre da democracia, mas não podemos permitir que haja um
cadáver", afirmou.
Neste contexto, ele afirmou que a "decisão da ONU veio em boa hora
e é fundamental para evitar o enterro da democracia no Brasil."
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