Lula
(Foto: Reprodução/Youtube)
“Queremos voltar para que ninguém nunca mais ouse desafiar a
democracia e para que o fascismo seja devolvido ao esgoto da história de onde
nunca deveria ter saído”, reforçou
7 de maio de
2022
Em discurso
histórico no lançamento de sua pré-candidatura à presidência, neste sábado, 7,
o ex-presidente Lula (PT) reforçou que lutará para “restaurar a soberania do
Brasil e do povo brasileiro”.
O evento
ocorreu no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), e contou com a presença de
lideranças de todos os partidos que compõem federação ou coligação com o PT,
como Guilherme Boulos, Randolfe Rodrigues, Marcelo Freixo, além da cúpula da
campanha e apoiadores mais próximos, como a ex-presidente Dilma Rousseff, o
presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, e dezenas de
parlamentares.
Presenças
destacadas foram as dos líderes dos partidos que compõem a Federação Partidária
- Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Siqueira (PSB), Luciana Santos (PCdoB), José
Luiz Penna (PV). E dos partidos que se coligam com o PT na eleição majoritária,
como Juliano Medeiros (PSOL), Paulinho da Força (Solidariedade) e Heloísa
Helena (REDE).
Também estavam
presentes lideranças de centrais sindicais e movimentos sociais, e muitos
trabalhadores assistindo ao lançamento. Antes de Lula, o ex-governador Geraldo
Alckmin, que não esteve presente por estar infectado com Covid-19, realizou um
discurso no qual ressaltou que o ex-presidente petista é a “única via” da
esperança do Brasil.
Lula denunciou
a entrega do patrimônio brasileiro e a destruição de políticas públicas, “que
mudaram a vida de milhões de brasileiros e eram admiradas e adotadas mundo
afora”, como o Bolsa Família.
O
ex-presidente defendeu “garantir os direitos de uma democracia plena, a
alimentação de qualidade, o bom emprego, o salário justo, os direitos
trabalhistas, o acesso à saúde e à educação, recuperar a política altiva e
ativa que elevou o Brasil à condição de protagonista no cenário internacional”.
“O Brasil era
um país soberano, respeitado no mundo inteiro, que falava de igual para igual
com os países mais ricos e poderosos, ao mesmo tempo em que contribuia para o
desenvolvimento dos países pobres”, na América Latina e na África, disse Lula,
reforçando novamente que pretende reatar os laços de cooperação com os país do
chamado “terceiro mundo”. Nesse sentido, o ex-presidente destacou a importância
da “integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe [...] fortalecendo
novamente o Mercosul, a Unasul, a Celac e os Brics [...] sem submissão a quem
quer que seja”.
“O Brasil é
grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo por conta
da submissão do negacionismo, truculência e agressão a nossos principais
parceiros comerciais”, argumentou, numa crítica ao governo de Jair Bolsonaro
(PL).
Petrobrás e privatizações
Segundo Lula,
um aspecto importante da soberania nacional é a Petrobrás, “que vem sendo
desmantelada e sucateada dia após dia” pelo governo Bolsonaro. Por isso, ele
denunciou a entrega do Pré-sal, da BR Distribuidora e dos gasodutos, assim como
a paralisação e a privatização de refinarias.
“Somos
autossuficientes em petróleo, mas pagamos por uma das gasolinas mais caras do
mundo, pagando em dólar, enquanto brasileiros recebem em reais”, lembrou.
“Precisamos fazer com que a Petrobras volte a ser uma grande empresa nacional e
se transforme mais uma vez numa das maiores empresas do mundo. Colocá-la de
novo a serviço do povo brasilerio e não dos grandes acionistas estrangeiros.
Fazer do pré-sal o nosso passaporte para o futuro, financiando a educação, a
saúde e a ciência”, disse Lula, um dia após a empresa, sob o comando de
Bolsonaro, distribuir R$ 48,5 bilhões em dividendos a acionistas, enquanto o
povo passa fome e sofre com a inflação.
O
ex-presidente também denunciou que a privatização da Eletrobras é um “crime de
lesa pátria” que ataca a “soberania energética” do país, e destacou a
importância de defender os bancos públicos, as universidades e instituições de
ciência e tecnologia, a Amazônia, o financiamento de obras de saneamento e
moradia, entre outros pontos.
Inclusão social e Bolsonaro
Ele reforçou
que não precisa prometer nada, apenas apresentar “o imenso legado” dos governos
petistas, e denunciou a perseguição política que sofreu, e que agora foi reconhecida
internacionalmente. Destacou que sua missão é a luta pela inclusão social.
Lula também
fez duras críticas ao governo federal e a Bolsonaro. “Poucas vezes na história,
a nossa independência esteve tão ameaçada”, destacou. “Infelizmente nem todo
governante é capaz de entender, sentir e respeitar a dor alheia. Não é digno
desse título um governante incapaz de inverter uma única lágrima diante de
seres humanos revirando caminhões de lixo em busca de comida e outros mais de
660 mil brasileiros mortos pela Covid. Pode até se dizer cristão, mas não tem
amor ao próximo”, declarou.
“Tudo o que
fizemos e o povo brasilerio conquistou está sendo destruído no atual governo”,
afirmou, lembrando que o Brasil voltou ao Mapa da Fome da Onu. “Mas não vamos
desistir, porque a causa pela qual lutamos é o que nos mantêm vivos”, disse.
“Queremos voltar para que ninguém nunca mais ouse desafiar a democracia e para
que o fascismo seja devolvido ao esgoto da história de onde nunca deveria ter
saído”, declarou.
“Não há força
maior do que a esperança de um povo que sabe que pode voltar a ser feliz. A
esperança de um povo que sabe que pode voltar a comer bem, ter um bom emprego,
um salário digno e direitos trabalhistas; que pode melhorar de vida e ver seus
filhos crescendo com saúde até chegar na universidade e virar doutor. É preciso
cuidar e nós vamos outra vez cuidar com muito carinho do Brasil e do povo
brasilerio”, disse.
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