Lula (Foto: Reprodução/Time)
"Por meio de programas sociais, Lula
tirou milhões da pobreza e transformou a vida da maioria negra e da minoria
indígena. Bolsonaro deu um golpe em tudo isso", diz a revista
4 de maio de 2022
A revista Time publica nesta quarta-feira (4) sua mais nova edição que
traz o ex-presidente Lula (PT), definido como o "presidente mais popular
do Brasil", na capa.
"O segundo ato de Lula", diz o texto: "o presidente mais
popular do Brasil retorna do exílio político com a promessa de salvar a
nação". A reportagem diz que Lula, aos 76 anos, "esperava uma vida
mais tranquila longe dos salões do poder". “A política vive em cada célula
do meu corpo, porque eu tenho uma causa. E nos 12 anos desde que deixei o
cargo, vejo que todas as políticas que criei para beneficiar os pobres foram
destruídas".
"O sonho do Brasil que Lula perseguiu durante sua presidência de
2003 a 2010 está em frangalhos, diz ele. Por meio de programas sociais
progressistas, pagos pelo boom de produtos brasileiros como aço, soja e
petróleo, o governo Lula tirou milhões da pobreza e transformou a vida da
maioria negra e da minoria indígena do país. Bolsonaro deu um golpe em tudo
isso, descartando políticas que ampliavam o acesso de pessoas pobres à
educação, limitavam a violência policial contra comunidades negras e protegiam
terras indígenas e a floresta amazônica . A Covid-19 já matou pelo menos
660.000 brasileiros. O pedágio, o segundo maior do mundo, provavelmente foi
piorado por Bolsonaro, que chamou o vírus de 'gripezinha', apelidou as pessoas
que seguiam as orientações de isolamento de 'idiotas' e se recusaram a tomar
uma vacina e a comprar doses para os brasileiros quando estivessem
disponíveis", destaca a matéria.
A Time ainda menciona a ameaça que Jair Bolsonaro (PL) representa à
democracia brasileira. "Bolsonaro, um defensor da ditadura militar do
século 20 do país, convocou comícios em massa contra juízes que o desagradam e
atacou jornalistas críticos. Ele também passou meses alertando sobre fraude
eleitoral no Brasil, em um eco do comportamento do presidente Donald Trump
antes das eleições americanas de 2020. Em abril, ele sugeriu que as eleições
poderiam ser 'suspensas' se 'algo anormal acontecer'. Se ele perder, alertam os
analistas, é provável que haja uma versão brasileira do motim de 6 de janeiro
[invasão do Capitólio]. Se ele vencer, as instituições brasileiras podem não
aguentar mais quatro anos de seu governo".
Sobre supostos temores do mercado com sua eventual volta ao poder, Lula
diz: “sou o único candidato com quem as pessoas não devem se preocupar [com a
política econômica]. Porque já fui presidente duas vezes. Não discutimos
políticas econômicas antes de vencer as eleições. Primeiro, você tem que ganhar
as eleições. Você tem que entender que em vez de perguntar o que vou fazer,
apenas olhe para o que eu fiz".
O ex-presidente também comentou sobre a guerra entre Rússia e
Ucrânia. "'Dois chefes de Estado
eleitos, sentados à mesa, olhando-se nos olhos', podem resolver quaisquer
divergências". Para Lula, o presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente da
Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, têm
culpa na guerra. “Os Estados Unidos têm muita influência política. E Biden
poderia ter evitado [a guerra], não incitado. Ele poderia ter participado mais.
Biden poderia ter tomado um avião para Moscou para conversar com Putin. Esse é o
tipo de atitude que você espera de um líder. (...) Vejo o presidente da
Ucrânia, falando na televisão, sendo aplaudido, sendo aplaudido de pé por todos
os parlamentares [europeus]. Esse cara é tão responsável quanto Putin pela
guerra. Porque na guerra, não há apenas uma pessoa culpada”.
O petista afirmou ser preciso renovar as instituições globais. "As
Nações Unidas de hoje não representam mais nada. Os governos não levam a ONU a
sério hoje, porque tomam decisões sem respeitá-la. Precisamos criar uma nova
governança global".
“O Brasil voltará a ser protagonista no cenário internacional”, prometeu
Lula.
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