(Foto: Alan Santos/PR | Reuters)
Receita obtida com a privatização será
usada para tentar segurar o preço do diesel
7 de junho de 2022
O desespero de Jair Bolsonaro em comprar apoio do mercado financeiro e
ao mesmo tentar superar sua péssima situação nas pesquisas provocará um duplo
desastre: os recursos obtidos com a entrega da Eletrobrás, maior empresa de
energia do Brasil, serão usados no pacote eleitoreiro que está sendo criado
para tentar segurar o preço do diesel, quando o correto seria mudar a política
de preços da Petrobrás, implantada após o golpe de estado de 2016, com
finalidade de transferir recursos da sociedade brasileira para os acionistas
privados da Petrobrás.
"Em uma tentativa de aliviar a inflação a quatro meses da eleição e
em situação desfavorável nas pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro anunciou
ontem uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para tentar reduzir os
impostos sobre os combustíveis. A medida valeria até o fim do ano. O ministro
da Economia, Paulo Guedes, disse que a proposta custará entre R$ 25 bilhões e
R$ 50 bilhões, sem especificar o número. Este valor, contudo, não seguirá as
regras do Orçamento: ficará fora do teto (regra que limita o aumento do gasto
público à inflação do ano anterior) e fora da meta fiscal. O ministro chegou a
dizer que poderiam ser usados os recursos da privatização da Eletrobras para
este fim. Integrantes do governo trabalhavam, na noite de ontem, com o valor de
R$ 40 bilhões para reduções dos impostos", informam os repórteres Bruno
Rosa, Letycia Cardoso, João Sorima Neto e Marcelo Mota, no Globo.
"As medidas, apresentadas em evento no Palácio do Planalto, incluem
zerar os impostos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre a gasolina e o etanol, uma
novidade em relação ao que vinha sendo discutido até agora. Em sinal de pressão
sobre os governadores, Bolsonaro avisou, porém, que isso só será feito caso
haja uma redução dos tributos estaduais", acrescentam os jornalistas.
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