Bolsonaro
e Bruno Pereira (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Funai | Reprodução/Twitter)
Porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos,
Ravina Shamdasani, afirmou que o Estado brasileiro tem "a obrigação de
iniciar uma investigação" sobre o caso
10 de junho de
2022
O Alto
Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos
pediu nesta sexta-feira (10) que o governo brasileiro "redobre" os
esforços utilizados nas operações de buscas pelo jornalista britânico Dom
Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo Pereira, que desapareceram na região
do Vale do Javari, Amazonas, no domingo (5). De acordo com a porta-voz da agência
da ONU, Ravina Shamdasani, a resposta do governo Jair Bolsonaro para encontrar
os desaparecidos foi "extremamente lenta”.
"A
resposta (do governo ao desaparecimento) foi extremamente lenta, infelizmente.
Achamos bom que agora, após uma medida judicial, as autoridades tenham
empregado mais meios para as buscas" disse Shamdasani, segundo o G1.
Ainda segundo
a porta-voz, "o Estado tem a responsabilidade de proteger o trabalho de
jornalistas e de defensores dos Direitos Humanos. Eles têm a obrigação de
assegurar o direito à segurança e de iniciar uma investigação".
Ela ressaltou,
ainda, que “Dom Phillips e o Bruno Pereira fazem um papel importante na região,
levantando alertas e inclusive monitorando e reportando atividades ilegais no
Vale do Javari".
Em entrevista
coletiva de imprensa nesta manhã em Genebra, a entidade lamentou até mesmo
"desdenho" na fala de autoridades. "Uma linguagem de desdenhar
foi inicialmente usada e que foi muito lamentável", criticou, sem citar os
nomes dos autores de tais comentários.
A declaração
foi uma resposta às afirmações feitas por Jair Bolsonaro de que Araújo e Dom
haviam feito “uma aventura não recomendável” onde “tudo pode acontecer”.
Nesta
quinta-feira (9) uma perícia encontrou vestígios de sangue em uma embarcação do
pescador Amarildo da Costa de Oliveira, suspeito de participação no
desaparecimento.
O Tribunal de
Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária por 30 dias de Amarildo. Ele foi preso na terça-feira (7) sob a
acusação de porte de droga e de munição de uso restrito.
Segundo o
delegado do município de Atalaia do Norte, Alex Perez Timóteo, as amostras
encontradas na embarcação serão enviadas para análise nesta sexta-feira (10). O
objetivo é descobrir se a origem do material é humano ou animal.
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