Ato contra Jair Bolsonaro e, no círculo, o
militante Marcelo Arruda, assassinado por bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR)
(Foto: Oliven Rai / Mídia Ninja - Reprodução)
Jornal também condenou ato terrorista
cometido por bolsonarista em Foz do Iguaçu
12 de julho de 2022
O jornal Estado de S. Paulo, que naturalizou a ascensão do fascismo no
Brasil, condenou, em editorial, o ataque terrorista realizado por um
bolsonarista em Foz do Iguaçu no último fim de semana, que matou o guarda
municipal Marcelo Arruda. "Diante do ataque criminoso realizado pelo
apoiador do bolsonarismo, o presidente Jair Bolsonaro tinha o dever cívico de
solidarizar-se com a família da vítima e, muito especialmente, de condenar e
desautorizar toda e qualquer forma de violência contra opositores políticos. No
entanto, Jair Bolsonaro não fez nada disso. Em vez de promover a paz e defender
a liberdade política de todos os cidadãos, como cabe a um presidente da
República, preferiu aproveitar o episódio para escalar a provocação contra seus
opositores políticos", aponta o editorial.
"Eis a degradação moral do bolsonarismo. O presidente da República
vale-se até mesmo da repercussão causada pelo assassinato de um opositor
político para promover sua política eleitoral, num macabro vale-tudo. Não
manifestou consternação. Não expressou nenhuma solidariedade com os familiares
da vítima", prossegue o texto.
"A reação de Jair Bolsonaro deve colocar o País em alerta. Há um
presidente da República incapaz de compreender que toda violência é
inaceitável. Há um presidente da República que não tem a hombridade de
reconhecer um crime de um seu correligionário. Há um presidente da República
que enxerga em tudo, até mesmo no assassinato de uma pessoa, uma ocasião
adicional para escarnecer seus opositores políticos", aponta ainda o
editorialista. "A omissão de Bolsonaro não foi casual. Está perfeitamente
alinhada a seu objetivo de manter o País sob uma artificial tensão. Um ambiente
de serenidade é prejudicial aos interesses políticos de Jair Bolsonaro. Não por
acaso, seus discursos sempre se orientam para o conflito, para a raiva e para o
ressentimento, campo onde o presidente se sente em casa, e não para questões de
governo e de interesse da sociedade – que, para Bolsonaro, é terra estrangeira.
Essa é a grande tragédia do bolsonarismo: para triunfar politicamente, tenta
despertar o pior de cada um", finaliza.
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