Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Facebook)
Jornal também aponta a omissão e a
cumplicidade de Lira nos ataques de Bolsonaro à democracia: "acomoda-se ao
casamento de interesses com o Planalto"
19 de julho de 2022
Após a reunião de Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores na segunda-feira
(18), no Palácio da Alvorada, para atacar e mentir sobre as urnas eletrônicas,
o sistema eleitoral e a democracia brasileira, a Folha de S. Paulo publica
nesta terça-feira (19) um editorial duro contra as investidas golpistas e
autoritárias do chefe do Executivo.
O texto aponta a cumplicidade de "Organizações de Estado que
construíram reputação de profissionalismo ao longo das últimas décadas".
As Forças Armadas e o Itamaraty, por exemplo, argumenta o jornal, "se
atolam na lama da marcha autoritária" e "se metem em conspiratas
contra as urnas eletrônicas".
Ao convidar embaixadores de todo o mundo para que assistissem à sessão
golpista de Bolsonaro, a chancelaria brasileira, afirma a Folha, 'rebaixou-se
às fossas da conivência golpista'.
O periódico também não poupou o presidente da Câmara dos Deputados,
Arthur Lira (PP-AL), que "calou-se, como tem se calado sobre os pedidos de
impeachment acumulados em sua gaveta. Cúmplice de um chefe de governo que na
opinião desta Folha há muito perdeu as condições de permanecer no cargo,
acomoda-se ao casamento de interesses com o Planalto, que lhe transfere o
controle das manivelas da execução do Orçamento".
A omissão de Lira e do Congresso Nacional diante dos ataques de
Bolsonaro, em troca da gestão do Orçamento, "é um jogo perigoso",
alerta o editorial. "Abona o chamamento a rebeliões fascistoides em caso
de derrota eleitoral. Flerta com as baionetas a que o tirano gostaria de
recorrer na primeira oportunidade. A representação sucumbe ante as rebeliões; o
Parlamento morre sob as baionetas. Da comunidade política, portanto, precisa
partir a reação contra a escalada subversiva do presidente da República. Todos
os líderes partidários devem uma manifestação urgente de apreço inequívoco
pelas regras básicas da democracia".
Por fim, o jornal prevê que o Brasil superará o governo sombrio
bolsonarista. "A votação ocorrerá pela urna eletrônica, os resultados
serão obedecidos, os eleitos tomarão posse nas datas previstas, e os derrotados
insatisfeitos terão a via única do recurso judicial para manifestar suas
queixas. A violência e o tumulto não serão admitidos. Basta de negociar com
promotores da ditadura".
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