Walter Casagrande Jr (Foto: Reprodução/Instagram)
"Na realidade acho que foi um alívio
para os dois lados", afirmou o comentarista esportivo
6 de julho de 2022
247 com RBA - O comentarista esportivo Walter Casagrande não trabalhará
mais no Grupo Globo. Ele atuava na emissora há 24 anos, período em que cobriu
seis copas do mundo, três olimpíadas, além de um enorme número de campeonatos e
nacionais e regionais. Ídolo do Brasil, fez história no Corinthians ao ser um
dos líderes da Democracia Corinthiana. Sempre afiado, Casagrande não esconde
seu lado crítico e progressista, sempre em defesa da democracia.
Casagrande fez o anúncio através de vídeo postado em rede social. “Olá
pessoal. Vim aqui para avisar a vocês que, depois de 25 anos de TV Globo, seis
Copas do Mundo, com cinco finais, incluindo a de 2002 com os dois gols do
Ronaldo, três Olímpiadas e diversas finais de campeonato por aí, meu ciclo
acabou. Tô saindo da Globo hoje, não faço mais parte do grupo de esporte da TV
e vou seguir minha estrada. Na realidade acho que foi um alívio para os dois
lados. Um beijo a todos”, disse.
Segundo reportagem do UOL Esporte, que afirma ter apurado com pessoas
próximas ao comentarista, o alto salário e seus comentários políticos contra o
governo de Jair Bolsonaro e em defesa de bandeiras como o combate à
desigualdade podem ter influenciado a decisão. Por isso a última frase de sua
despedida teria sido “um alívio para os dois lados”.
Casagrande e a emissora
A Globo, por sua vez, confirmou a despedida do ídolo. “Como jogador,
Walter Casagrande Júnior escreveu uma história importante dentro de campo:
ídolo do Corinthians, onde foi protagonista da Democracia Corintiana, teve
passagem pelo futebol europeu e também defendeu a seleção brasileira na Copa do
Mundo de 1986”. Em ambiente de tensão política vivida no país, Casagrande tem
intensificado seus comentários contundentes sobre o cenário atual, sobretudo
episódios de racismo e violência política nas redes. Recentemente, recebeu
ataques comandados pelo senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do presidente.
A emissora completou, ao dizer que sua saída foi negociada. “Fora dos
gramados, a trajetória foi também de sucesso. Há 25 anos ele exerce a função de
comentarista, 24 deles na Globo. Um período marcado por grandes momentos,
conquistas, emoções, superação e pela autenticidade, uma de suas marcas
registradas. Em comum acordo, a parceria entre Globo e Casagrande chega ao fim,
mas suas análises estarão para sempre marcadas no almanaque das transmissões de
futebol da televisão brasileira”.
Casagrande construiu carreira e amizades sólidas na emissora, como a do
narrador Galvão Bueno, que também deve deixar a emissora após a Copa do Mundo
do Catar. Casagrande nunca escondeu sua amizade com Galvão, bem como sua luta e
exemplo na superação de problemas com as drogas.
“Fiz muito gol, muita coisa boa, e muita m***. Peitei treinador,
dirigente, a ditadura militar, capotei de carro, vi demônios, enterrei irmãos,
quase morri de overdose e agora só quero morrer de amor”, diz o ex-jogador. O
testemunho esta em uma das passagens da série documental sobre Casagrande
exibida pela Globoplay.
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