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Evilázio Bezerra |
15/08/2018 - Em
2017, empresas com capital estrangeiro movimentaram pouco mais de R$ 4,4
bilhões no Ceará. Deste montante, 43,44% foram aplicados, principalmente em
indústrias, no município de São Gonçalo do Amarante, onde está localizado o
Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). Os dados são da plataforma
Ceará Global, que mostram muitas oportunidades de negócios ocorrendo no Litoral
Oeste e em outros municípios da Região Metropolitana.
Dos 184
municípios cearenses, pelo menos em 103 houve injeção de capital estrangeiro.
Ao todo, já são mais de 3,9 mil empresas com capital externo instaladas no
Estado e mais de 4,6 mil investidores. Realidade bem diferente da que se tinha
na década de 90, quando 27 empresas movimentavam em torno de US$ 480 milhões
por ano.
O
vice-presidente da Federação de Câmaras de Comércio Exterior no Ceará, Rômulo
Alexandre Soares, explica que esta curva de interesse de estrangeiros no Ceará
começou a mudar no fim da década de 1990 e começo dos anos 2000, primeiro pelo
turismo e depois pelo crescimento de projetos eólicos. A partir de 2008, teve
um ponto fora da curva que foram os aportes coreanos para a construção da
Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Até hoje os principais investidores no
Estado.
"Junto
com ela, vieram outras importantes indústrias para o Complexo. A Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF) também tem recebido muito investimento
estrangeiro. Parte da Duramental foi adquirida por estrangeiros. E a própria
Agropec, empresa de defensivos agrícolas, é outro exemplo: hoje a maior planta
da Nufarm (australiana) na América Latina fica em Maracanaú", diz.
Do ponto de vista de atividades, hoje, o
comércio é a que mais recebe este tipo de aporte no Ceará (39%), seguido das
indústria (29%) e serviços (19%). Mas esta é uma configuração que pode mudar
dependendo do município. No litoral, por exemplo, é grande o potencial de
projetos nas áreas do turismo, setor imobiliário e de energias renováveis. Já
na RMF, comércio e indústria atraem o investidor estrangeiro.
Para Rômulo, o
processo de internacionalização da economia cearense tende a acelerar nos
próximos anos, a partir dos novos voos internacionais no Aeroporto
Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. "Os investimentos portugueses
no Estado cresceram muito a partir dos voos da TAP".
O movimento de
ida dos produtos cearenses ao Exterior também está aumentando. O secretário do
Desenvolvimento Econômico do Estado, César Ribeiro, diz, por exemplo, que a Air
France já está transportando em torno de três a quatro toneladas de cargas por
semana e a KLM mais de 10 mil. E que houve aumento de demanda no mercado de
flores da região da Ibiapaba.
"A maior
dificuldade que se tinha era inserir esta condição. Com este trabalho que
estamos fazendo de aproximação da Air France-KLM do setor produtivo, a gente já
percebe um aumento das exportações pelo modal aéreo e o mais importante é o
crescimento de empregos que este aumento de demanda gera na outra ponta".
O que é o Ceará Global
O Ceará Global
é uma plataforma desenvolvida pela Câmara Temática do Comércio Exterior,
Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e a Câmara Brasil Portugal, com apoio
da Junta Comercial, que ajuda a mapear quem são os investidores estrangeiros,
áreas de interesse e volume investido. O endereço é http://cearaglobal/page/fdi
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