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São Gonçalo do Amarante atrai negócios e deve fechar 2018 com PIB de R$ 3,2 bi


A CSP é âncora do desenvolvimento na região, com o maior peso nas exportações
( FOTO: HELENE SANTOS )

Atualmente, duas indústrias estão em fase de instalação e outras três negociam aporte no Município cearense


14/09/2018

São Gonçalo do Amarante, município localizado na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), está ampliando a atratividade de empresas de diversos segmentos por conta, principalmente, de sua infraestrutura logística. Pelos menos cinco indústrias estão interessadas, sendo duas delas já em fase de instalação de suas plantas, e outras três em processo de negociação com o município. Com 1.957 admissões em 2018, de acordo com os dados mais recentes do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), o município responde atualmente por 56% de participação nas exportações do Estado e deve encerrar 2018 com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 3,2 bilhões.

As três empresas em negociação são dos segmentos de autopeças, logística e confecções e estão estudando a instalação no Distrito Industrial de São Gonçalo do Amarante. De acordo com secretário do Desenvolvimento Econômico do Município, Victor Samuel Cavalcante, elas são atraídas, principalmente, pela infraestrutura e pela facilidade de abrir novos negócios na região. As duas indústrias, que já iniciaram a implantação de seus equipamentos, investiram aproximadamente R$ 17 milhões.

Porto é divisor de águas

 "O Porto do Pecém é um grande divisor de águas no Estado. O processo de captação de investimentos está melhorando. Não havia nenhuma demanda nova, porém, nos últimos dois meses, empresas estão interessadas em abrir filiais na região. O ambiente está favorável aos negócios, com incentivos dos governos estadual e municipal. Então, parece que as coisas estão começando a melhorar", afirma o secretário do Desenvolvimento Econômico do Município.

Segundo Victor Samuel Cavalcante, ainda é cedo para divulgar os nomes das empresas interessadas por questões estratégicas. "Mas eu posso afirmar que elas são do setor de autopeças, setor de logística e recentemente uma de confecções. Elas já fizeram a prospecção, mas o investimento mesmo vai depender do quadro político que ainda está indefinido. Nós temos um diferencial muito grande aqui na região por conta da estrutura do Complexo (Industrial e Portuário do Pecém)", observa o secretário.

Instalação

Além dessas três indústrias que estão hoje em negociação, outras duas já iniciaram o processo de instalação no Distrito. "Estão em implantação duas empresas, uma do Grupo Gagliardi, que está montando um parque de distribuição de óleo lubrificante para atender toda a região do Norte e Nordeste. E a outra é a HC Indústria Mecânica, uma empresa do setor metalmecânico de Minas Gerais, que trabalha com aço e ferro e que está visando o mercado regional", garante o secretário do Desenvolvimento Econômico do Município.

Investimento

A HC Indústria Mecânica está investindo R$ 10 milhões em uma planta na região de São Gonçalo do Amarante. Para o diretor-presidente da empresa, Hélio Rigueira de Godoy, a atratividade e o crescimento do Nordeste fizeram com que a companhia realizasse o aporte. "A gente já está no Sudeste e vimos um crescimento muito grande da Região Nordeste. Além do mais, trabalhamos com grandes empresas como a Votorantim, a Apodi e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e instalar a unidade no Ceará é uma forma de melhor atendê-los", explica.

Segundo ele, as obras foram divididas em quatro fases, sendo que a primeira etapa será finalizada ainda em novembro deste ano. "Será um ciclo de 18 meses. Neste primeira fase, faremos um galpão de 1 mil metros quadrados (m²) mais a área administrativa de 100 m². Na segunda fase, mais um galpão de mil metros quadrados. Na terceira etapa, já teremos 4 mil m² de galpões. E na fase quatro, fecharemos com mais um galpão de mil metros quadrados e mais 260 m² de área administrativa".

Hélio Rigueira de Godoy afirma ainda que serão gerados em torno de 600 empregos na unidade, sendo 200 diretamente na planta da indústria e outros 400 empregos nas obras agregadas. Ele projeta que a HC Indústria Mecânica deve abrir a unidade no fim de 2019.

Desempenho econômico

O PIB de São Gonçalo do Amarante deve fechar 2018 no valor de R$ 3,2 bilhões, cerca de 70% acima do índice de 2015 (R$ 1,9 bilhão), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor de 2015 indica um PIB per capita de R$ 39 mil anuais. A indústria corresponde a 53% do total do PIB, serviços 42% e o setor agropecuário apenas 3%.

 "Esse PIB vai continuar crescendo, não com os saltos anteriores porque o grande salto foi dado com a entrada em operação da CSP. Tem as empresas de logística, tem a expansão do porto, tem o aumento do fluxo de mercadoria, então o PIB vai continuar crescendo por muito tempo", ressalta o secretário do Desenvolvimento Econômico.

Movimentação

 O município vem se destacando nacionalmente como uma das regiões com maiores perspectivas de crescimento econômico do País. São Gonçalo acomoda o Porto do Pecém, onde está instalada a Zona de Processamento de Exportação Ceará (ZPE). Dentro da ZPE está a CSP, empresa que produz placas de aço, responsáveis por quase todo o valor exportado pelo Ceará em 2018.

Essa condição faz com que São Gonçalo do Amarante lidere o ranking tanto de exportações como de importações no Ceará. De acordo com o estudo Análise do Comércio Exterior dos Municípios Cearenses, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), entre janeiro e junho de 2018, o município acumulou US$ 575,3 milhões em exportações no ano e 56% de participação nas vendas do Estado.

O principal grupo de produtos vendido é o de placas de aço (semimanufaturados de ferro e aço), que engloba 97% do total. Estes são produzidos no complexo portuário e abastecem várias cadeias produtivas, principalmente a automobilística, civil e de fabricação de maquinários. Os principais destinos são Estados Unidos (US$ 162,9 milhões), Turquia (US$ 116,3 milhões) e México (US$ 99,8 milhões). Os norte-americanos consumiram mais da produção local em relação a 2017.


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