Foto: José Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas
Em discurso no Fórum Jurídico de Lisboa, nesta terça-feira (23),
o ministro Gilmar Mendes, do STF, fez duras críticas ao que chamou de
"partido da polícia" e afirmou que há um "massacre" do
Judiciário nas redes sociais; "Não é difícil se transformar força-tarefa
em milícia. É um passo, é a falta de limites", afirmou
23 DE ABRIL DE
2019
O ministro
Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, discursou no encerramento do
segundo dia do VII Fórum Jurídico de Lisboa, nesta terça-feira (23). Sem citar
nomes, Gilmar Mendes fez duras críticas ao que chamou de "partido da
polícia" e afirmou que há um "massacre" do Judiciário nas redes
sociais. Segundo ele, é preciso conter os "abusos que se perpetram"
no Brasil.
"Não é
difícil se transformar força-tarefa em milícia. É um passo, é a falta de
limites. Assim se constrói o caminho para a desinstitucionalização. Temos que
voltar à ortodoxia. Vamos respeitar aquilo que está no texto constitucional",
defendeu.
O ministro
falou sobre as funções do Poder Judiciário na democracia e voltou a criticar o
vazamento de informações sigilosas.
"Quantos
casos tivemos de eleições decididos pela polícia, pelo Ministério Público,
pelos juízes que determinam busca e apreensão? Isso não é normal e precisa ser
denunciado", ressaltou Mendes.
De acordo com
o ministro, juízes não são "sócios do delegado ou do procurador".
"Aquilo que o meu amigo Reinaldo de Azevedo chama de 'o partido da
polícia' não é normal. É o engendramento de um nazifacismo", completou
ele, se referindo ao termo utilizado pelo jornalista Reinaldo Azevedo, que já
chamou o ministro Sérgio Moro de "representante máximo" do Partido da
Polícia.
O ministro
disse ainda que no ambiente político do Brasil, conceder habeas corpus contra
prisão indevida passou a ser "heróico". "Isso é heterodoxo.
Negar habeas corpus a quem tem direito porque eu quero me acovardar é o caminho
para a barbárie", definiu.
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