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CSP
Siderúrgica gerou demandas para mais de 30 segmentos de negócios locais sediados em São Gonçalo do Amarante e em outras cidades cearenses
São Gonçalo do
Amarante, 12 de setembro de 2020
Você já observou
o quanto uma rua muda com a chegada de um novo comércio na vizinhança? O
negócio gera renda para pessoas que moram ali perto, com vagas de emprego de
entregador, caixa e gerente, por exemplo, e também beneficia fornecedores de
produtos que serão revendidos no local. Pessoas de outros bairros passam a
visitar a área em busca do novo comércio e terminam comprando também de outros
negócios da redondeza. A via fica mais movimentada, mais segura e mais serviços
públicos são atraídos para o local. O ciclo virtuoso vai ficando maior e todos
ganham com isso.
Essa
transformação aconteceu em maior escala na região de São Gonçalo do Amarante,
na última década, com a chegada de empresas de diversificados portes, a exemplo
da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Neste primeiro semestre de 2020, a CSP
comprou R$ 400 milhões em produtos e serviços de 231 fornecedores cearenses. O
valor representa 40% de todas as compras realizadas no período pela usina,
contemplando empresas locais que atuam em 33 segmentos, como informática,
limpeza, locação de equipamentos, materiais administrativos, obra civil,
tintas, transporte, logística e outros.
A siderúrgica
tem como diretriz garantir o papel social da empresa na comunidade, atuando
como um dos agentes catalisadores do desenvolvimento regional, conforme explica
o gerente geral de Suprimentos da CSP, Edney Pereira. “Ao comprarmos de
fornecedores da região, não só contribuímos para o giro da economia local, pois
existem outros efeitos importantes que advém desta relação comercial, que é a
especialização dos fornecedores em novas categorias de produtos e serviços e o
aperfeiçoamento dos modelos de negócio. Com isto, aumentando a competitividade
destes fornecedores regionais e, acima de tudo, cumprindo com um importante
papel social na comunidade. A CSP desta forma, promove a criação de um polo
industrial forte e competitivo, atraindo várias indústrias para as regiões
próximas à empresa, desenvolvendo parceiros que nos garantam fornecimento
estável de produtos e serviços, com um custo logístico diferenciado, e que traz
um resultado que todos ganham”.
Mas como os benefícios se multiplicam
O economista,
doutor em desenvolvimento regional e assessor econômico da Federação das
Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Lauro Chaves Neto, explica que a
instalação de uma empresa âncora (que atrai outras empresas) tem o potencial de
modificar todo o perfil de desenvolvimento de um território. “Esse impacto vai
desde novas relações de consumo, de envolvimento nas cadeias de suprimentos, de
fornecimento de mão de obra e até na formação do capital humano no território”,
relaciona.
O ciclo de
desenvolvimento de uma região é contínuo, explica Lauro Chaves. O território
recebe estímulos no curto, médio e longo prazo. “Quando nós temos um
investimento âncora que multiplica o desenvolvimento do território, você sente
no curto prazo, como foi o caso da siderúrgica, na sua construção. Houve um
impacto gigantesco no consumo da região. Depois, nós vimos um outro tipo de
impacto que é o de geração de pequenos negócios que orbitam o entorno da CSP e
que têm o poder de mudar completamente o perfil socioeconômico da região”,
desenvolve o economista.
Empresas
comprometidas com o desenvolvimento regional sabem que, ao desenvolver o
território, também geram uma melhora no ambiente de negócios, e isso vai
refletir em benefícios para todas as partes envolvidas, explica o economista
Lauro Chaves.
“A CSP vem para
mudar radicalmente, não só o perfil da economia do território no qual está
inserida, mas também o perfil da economia cearense. Hoje, a nossa pauta de
exportação já tem uma representatividade quase majoritário do segmento ligado a
metalmecânica e aço”, destaca. Ele avalia que a CSP tem mudado o perfil
socioeconômico do território onde está inserida e que a parceria com o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com a FIEC amplia
esse impacto, irradiando os benefícios para os pequenos negócios.
Transformações e melhorias nos fornecedores
Sediado no Distrito Industrial de São Gonçalo do Amarante, com atuação em construção e montagem industrial, o Grupo Camol é fornecedor da CSP desde a implantação da usina. Segundo o diretor geral da empresa, Carlos Mota, 80% do quadro operacional e 50% do quadro administrativo são formados por funcionários moradores da região de São Gonçalo do Amarante, dos distritos de Croatá, Parada, Pecém e também da cidade vizinha de Paracuru.
“Ser fornecedor da CSP exige transformações e melhorias constantes em nossos processos; atualizarmos as normas e procedimentos que são exigidos; além do comprometimento com a segurança, meio ambiente e saúde. São ações transformadoras que exigem planejamento e treinamento constante das nossas equipes”, destaca Carlos Mota. Para ele, a busca contínua da excelência, “que é um objetivo comum nas grandes empresas do porte da CSP, qualifica e coopera para a inovação e crescimento, principalmente, dos fornecedores locais, da região”.
Contribuição para reduzir a desigualdade regional
A Apiguana
Máquinas e Ferramentas também é fornecedora da CSP, desde 2011. A empresa
cearense está em Fortaleza, Maracanaú e no Pecém, onde conta com uma loja física
de cerca de mil metros quadrados, gerando emprego e renda na região.
Jorge Wanderley,
diretor Comercial da Apiguana, ressalta que “a opção por fornecedores locais
traz ganhos diretos e indiretos para as grandes empresas. Gera, localmente, uma
corrente de suprimentos especializada e no formato que melhor representa as
características da contratante, dando uma resposta mais adequada às
necessidades das empresas, como estoque, presteza e atendimento”.
Para Jorge, com
o crescimento do fornecedor local, a grande empresa contribui para o
desenvolvimento regional, “que é mais do que parte da função social da empresa,
é também de seu interesse direto. Apenas desta forma temos a oportunidade de
reduzir as desigualdades regionais. Trazer este crescimento e expertise para
perto das grandes empresas gera um ciclo virtuoso, em que a comunidade ganha e
retorna com qualidade de vida, mão de obra e oportunidades para a grande
empresa geradora”.
Jorge Wanderley
também destaca que ser fornecedor da CSP gerou avanços relevantes na própria
Apiguana. “O grau de profissionalismo e normatizações exigidos pela CSP fez com
que a Apiguana fosse buscar respostas mais adequadas ao fornecimento para a
siderúrgica, como o emprego de um novo sistema para gerenciamento do estoque, mais
moderno, que pudesse garantir a qualidade do fornecimento”, compartilhou.
CSP
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