A Anac declarou que comprar passagem em uma determinada companhia e voar em outra é uma prática internacional. Entretanto, passageiro tem de ficar ciente. Parente de vítima disse que a Gol ficou calada, se omitiu
Pelo menos duas das 16 vítimas do acidente com a aeronave da Noar Linhas Aéreas, no dia 13 deste mês, no Recife, compraram passagens pelo site da Gol Linhas Aéreas. É o caso da propagandista Débora Santos, 25, e do empresário André Freitas, 39.
“Minha filha nem sabia o que era Noar. Compramos o bilhete pela Internet, no site da Gol, para ela fazer o trecho Recife/Natal pela Gol”, disse a engenheira-química Ângela Pontes, mãe de Débora.
Ao se dirigir ao check-in da companhia de aviação civil, a passageira teria sido informada de que deveria se dirigir ao guichê da Noar, segundo relato do pai, que a acompanhou ao aeroporto de Recife. A Gol confirma que a Noar utiliza os canais da Gol para venda de passagens desde 2010, em um sistema de parceria chamado interline.
Segundo a empresa, no ato da compra da passagem, o cliente é informado de que o voo será operado pela Noar. A Gol acrescentou que, portanto, a responsabilidade é da Noar, “tanto pela operação, como pelo seguro de passageiros e aviões, controle e documentação de voo, manutenção das aeronaves e assistência a passageiros no caso de acidente ou incidente aéreo”.
A assessoria de imprensa da Noar afirmou que todos “os 14 passageiros são da Noar, uma vez que estavam em um voo da companhia”.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), comprar passagem em uma determinada companhia e voar em outra é uma prática internacional. É permitida desde que o passageiro, antes de efetuar a compra, esteja ciente de que voará no avião de outra companhia.
“O procedimento da companhia Gol Linhas Aéreas está regular, pois a empresa disponibiliza estas informações no ato da compra da passagem”, declarou a Anac. Para os familiares, a atuação da Gol no caso não está clara: “A Gol é corresponsável”, diz a mãe de Débora Santos.
Críticas
O empresário Francisco Freitas Cordeiro criticou o fato de a Gol não ter se manifestado logo após o acidente que vitimou seu filho André. “A Gol ficou calada, se omitiu”, declarou o empresário, que é também presidente da Câmara de Diretores Lojistas (CDL) de Fortaleza.
“Uma vez que compramos a passagem pelo site da companhia, nosso contrato é com a Gol. Meu filho não tinha compromisso com a Noar”, lembrou. (da agência Folhapress)
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A aeronave, um bimotor L-410 que fazia um voo comercial, caiu pela manhã em Recife, perto da praia de Boa Viagem, na divisa com Jaboatão dos Guararapes, e explodiu no solo. O voo partiu do Aeroporto Internacional dos Guararapes e tinha como destino a cidade de Mossoró (RN).
O Povo
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