Presidenta Dilma durante visita a terminal portuário no Ceará (Foto: Roberto Stuckert / Presidência) |
Segundo presidenta, é preciso ‘defender’ postos de trabalho existentes.
Para ela, país está mais preparado para turbulência que em 2008.
Em meio ao agravamento da crise financeira internacional, as reservas cambiais brasileiras atingiram a marca histórica de US$ 350 bilhões, segundo informou o Banco Central nesta quinta-feira (11).
A marca de US$ 350,88 bilhões foi alcançada na quarta-feira, quando foi contabilizado o crescimento de US$ 1,58 bilhão sobre o dia anterior (US$ 349,29 bilhões). Na comparação com o fim de 2010, quando as reservas estavam em US$ 288,57 bilhões, o crescimento foi de US$ 62,3 bilhões.
O governo acumula a moeda norte-americana de três formas: comprando dólares no mercado (via Banco Central) ou fazendo emissões de títulos da dívida pública - que são comprados pelos investidores e cujo pagamento é depositado nas reservas. As reservas também variam por conta da remuneração das aplicações que são feitas com estes recursos - a maior parte em títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
O principal fator que contribuiu para o crescimento das reservas internacionais neste ano foram as compras de dólares no mercado à vista feitas pela autoridade monetária. Neste ano, até a última sexta-feira, o BC comprou US$ 45,27 bilhões no mercado à vista de câmbio. O valor representa boa parte dos US$ 59,23 bilhões que ingressaram no país no mesmo período.
Seguro contra crise
A vantagem de ter dólares em caixa é que isso dá garantias contra eventuais crises no mercado externo, como a da Rússia, em 1998, que acabou atingindo o Brasil, e as turbulências que atingiram a economia internacional no ano retrasado e, mais recentemente, nas últimas semanas.
Em 2008, na primeira fase da crise financeira, quando as linhas de crédito externas escassearam, o BC vendeu dólares das reservas para empresas brasileiras. Nos últimos dias, tanto o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, lembraram que o alto volume de reservas internacionais é um fator que gera mais tranquilidade ao Brasil em um momento de piora da crise externa. A presidente Dilma Rousseff também fez a mesma afirmação.
Economistas, no entanto, chamam a atenção para a compra de dólares efetuada pelo BC. Isso por que, cada vez que o governo compra divisas, paga em real e, com isso, aumenta a dívida interna. Ao mesmo tempo, também tem de pagar mais juros, uma vez que as taxas oferecidas no mercado interno são mais altas do que no exterior. É o chamado "custo de carregamento" das reservas, que teria atingido, segundo cálculos de economistas, um valor ao redor de US$ 24 bilhões no ano passado.
Histórico
As reservas internacionais brasileiras chegaram ao fundo do poço no fim de 1998 e início de 1999, logo após o anúncio de moratória (não pagamento da dívida externa) por parte da Rússia. Naquele momento, houve uma fuga de capitais de todos os países emergentes, inclusive do Brasil, e, para manter o câmbio fixo, o Banco Central, sob a tutela de Gustavo Franco, teve de lançar mão das reservas e vender dólares ao mercado financeiro para segurar a cotação do real. Naquela época, as reservas já haviam caído para US$ 24,4 bilhões.
Com a adoção do câmbio flutuante, ou seja, sem metas para a taxa de câmbio, as reservas deixaram de ser utilizadas para conter a subida do dólar. A conseqüência imediata foi a disparada da moeda norte-americana para cerca de R$ 3,00. Entretanto, até o fim daquele ano já retornaria para um patamar ao redor de R$ 2,00 por dólar em conseqüência ao aumento da taxa básica de juros da economia.
Com o processo de recomposição das reservas, iniciado em 2004, o Banco Central voltou a comprar dólares, o que tem elevado, desde então, o patamar das reservas cambiais. No fim de 2005, as reservas já estavam em US$ 53,8 bilhões, avançando para US$ 85,8 bilhões no fechamento de 2006 e para US$ 180 bilhões no final de 2007. No fechamento de 2008 e de 2009, respectivamente, as reservas alcançaram as marcas de US$ 206 bilhões e US$ 239 bilhões.
G1
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