HAVANA - Fidel Castro fez duras críticas nesta quinta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por sugerir que as relações bilaterais poderiam melhorar se Cuba fosse mais democrática. Em novo artigo divulgado pela imprensa estatal, o líder cubano disse que seu país não vai se curvar à pressão americana.
"Muitas coisas vão mudar em Cuba, mas vão mudar por nosso esforço próprio e apesar dos Estados Unidos. Talvez antes aquele império caia", escreveu.
Na quarta-feira, após Cuba anunciar o fim da proibição à compra e venda de carros, Obama disse que os EUA estavam prontos para melhorar as relações com Cuba, mas que ainda não viram medidas da parte de Havana que justifiquem a suspensão do embargo. Ele pediu ainda que a ilha una-se à onda de mudança democrática vivida no mundo árabe
"Que lindo! Que inteligente!", disse Fidel. "Tanta bondade não permite que ele entenda que 50 anos de bloqueio e de crimes contra nossa pátria não foram capazes de dobrar nosso povo."
Fidel, de 85 anos, reclamou do tratamento dado aos cinco agentes cubanos presos nos Estados Unidos desde 1998, principalmente a Rene González, que deve ser libertado na próxima semana depois de cumprir sua sentença.
Promotores americanos insistem em que González permaneça nos EUA por mais três anos em liberdade condicional, o que Cuba considera injusto. Havana diz que ele é ameaçado por cubanos anti-Fidel nos EUA.
"É assim que o império responde ao pedido global crescente pela liberdade (dos agentes)", escreveu Fidel. "Se não fosse desse jeito, o império não seria mais império e Obama não seria mais estúpido."
Fidel escreveu três colunas, ou "reflexões" como ele as chama, esta semana, depois de um longo período ausente. Ele alega que estava trabalhando em um projeto mais importante que as colunas, mas seu longo silêncio provocou vários rumores de piora em sua saúde.
O Globo
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