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Editorial - Como a Globo fabricou um presidente

O
 noticiário da semana passada foi dominado pelo lançamento do livro de José Bonifácio Sobrinho, ‘O Livro do Boni’ onde o ex-todo poderoso da Globo narra detalhes da manipulação da emissora no debate de 1989, entre Collor e Lula. Boni contou algo que todos já sabiam, mas ele fez questão de acrescentar trechos picantes para dar mais repercussão da sua obra.
Em entrevistas de lançamento do livro, Boni admitiu que a Globo apoiou publicamente Fernando Collor de Mello. Segundo ele ao ser procurado pela assessoria de Collor e por um alto executivo da emissora para que palpitasse sobre o debate, veja o que Boni respondeu.
“Eu achei que a briga do Collor com o Lula nos debates estava desigual, porque o Lula era o povo e o Collor era a autoridade”, contou. “Então nós conseguimos tirar a gravata do Collor, botar um pouco de suor com uma 'glicerinazinha' e colocamos as pastas todas que estavam ali com supostas denúncias contra o Lula – mas as pastas estavam inteiramente vazias ou com papéis em branco”, disse Boni. “Todo aquele debate foi [produzido] – não o conteúdo, o conteúdo era do Collor mesmo, mas a parte formal nós é que fizemos”.
Isso é muito grave, a Rede Globo é uma concessão pública, é preciso uma lei regulamentando a mídia, para evitar fatos lamentáveis como este. E olhe que a manipulação começou bem antes das eleições de 1989, quando colocaram Collor como o ‘caçador de marajás’, 'o salvador da pátria', deu no que deu e ainda tem gente que vai na onda da Globo.
Ainda bem que eles não conseguiram mais repetir o feito. Não estão conseguindo mais nem manter a audiência, que cai dia após dia, semana passada perderam até para o Pica-pau, um desenho animado da década de 60.
É isso, Lei de Mídia urgente.
Robério Soares – Editor São Gonçalo Notícia

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