header ads

Ceará é eleito por estrangeiro como melhor moradia


FOTO: RAFA ELEUTÉRIO
A produtora cultural e administradora alemã, 
Rosina Popp Torres, 47, reside em 
Fortaleza há 17 anos.

O Estado passa por uma mudança no perfil dos migrantes; maioria são estudantes, famílias e pessoas mais idosas

O estereótipo do Ceará como a terra da fome e da seca, que expulsava o sertanejo para o "sul" parece ter sido superada. Ganha espaço, hoje, a imagem do paraíso, dos verdes mares e das belezas sem fim. Prova disso é a presença frequente e até ostensiva dos estrangeiros que a cada ano largam o frio Europeu para consolidar uma nova morada.

Segundo os dados do Censo 2010, o Ceará é o líder no crescimento de estrangeiros com um aumento de 70,5% na quantidade de moradores registrados nos últimos 20 anos. Foram contabilizados, em 2010, 4.524 residentes de fora, o que significa 0,05% da população estadual.

No ano passado, por exemplo, 80.430 estrangeiros chegaram à "terrinha", sendo 69.931 via Aeroporto e 10.499 pelo Porto Marítimo do Mucuripe. Número maior que os 78.469 contabilizados em 2010. No topo estão italianos (20.289), portugueses (15.752) e franceses (5.388), tendo destaque também os moradores de Cabo Verde (2.309) entre os que chegam para visitar, fazer negócios ou passeio. Ainda em dezembro, o Diário do Nordeste apresentou matéria expondo que o Ceará é o 2º em atrair investimentos do exterior.

É a Fortaleza que, assim, como um caldeirão de culturas, ganha mil caras, identidades múltiplas com ares de metrópole globalizada, tudo junto e bem misturado. Em uma volta pela Beira-Mar, já se pode encontrar restaurantes com menus do mundo inteiro, gente de todas as línguas, hábitos variados em um exercício diário de tolerância. Mas, o que desejam os de fora?

Qualidade

Na visão do Delegado Tomas Wlassak, Chefe da Delegacia de Imigração da Polícia Federal (PF) do Ceará, os visitantes vem na busca de qualidade de vida. "O clima quente daqui ainda atrai muito, faz sucesso. Somos hospitaleiros e bastantes elogiados por isso. Entretanto, ainda há muitos problemas de infraestrutura e de convivência pacífica", frisa. Ele aponta ainda uma mudança no perfil dos visitantes. Agora, predomina os estudantes, as famílias e pessoas mais idosas. Entre os universitários, o Ceará já abriga cerca de 2 mil estudantes, oriundos, principalmente, da África. A principal meta é selecionar, dar mais qualidade em vez de quantidade.

Tentando entender os impactos dessa "invasão", a socióloga e Professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Adelita Carleial, comenta que a imigração estrangeira ainda é pouco expressiva, concentrando-se na Capital. "Predomina em área urbana, na cor branca, são mais homens que mulheres, poucos são crianças, a maioria é adulta em idade para trabalhar e estabelecer relacionamentos afetivos, possuem elevado nível de escolaridade", afirma. Com esse perfil, esse contingente vem em busca de trabalho, casamentos ou investimentos, fatores que podem ser as motivações para mudarem mesmo de residência.

Adelita explica ainda que a mobilidade populacional é decorrente do desejo de melhoria das condições de vida, quer por novas ocupações, aumento de renda ou por ilusões de segurança, qualidade de vida, tranquilidade, dentre outras razões.

"Existem motivos que expulsam o migrante de seu lugar de origem e outras esperanças que os atrativos do lugar de destino desenvolvem nas subjetividades", frisa a professora da Uece.

A produtora cultural e administradora, Rosina Popp Torres, 47, nascida na Alemanha, adotou há 17 anos Fortaleza como sua morada. Criou raízes, casou e teve uma filha. "Aprendi a mar esse lugar apesar de ainda sofrer muito com a violência", finaliza.

SAIBA MAIS

Estrangeiros residentes:

Estados Unidos: 2.679

Portugal: 2.030

Itália: 1.765

Alemanha: 1.162

França: 886

Guiné-Bissau: 651

Espanha: 590

Cabo Verde: 470

Inglaterra: 264
IVNA GIRÃO | DIÁRIO DO NORDESTE


Comentários