Os casos de intoxicação por drogas bateram recorde no País. Levantamento feito pelo iG Saúde no sistema de notificação da FioCruz mostra que, em 10 anos, o aumento foi de 2,5 vezes.
Em 1999, primeiro ano de análise do Sistema de Informações Tóxico Farmacológicas (Sinitox), foram notificados por médicos e atendentes de saúde de todo o Brasil 2.654 registros de overdose. Já em 2009, último ano disponível e mapeado recentemente, o número subiu para 6.944 casos, um recorde na série histórica de acompanhamento.
O Sinitox é abastecido pelos centros de toxicologia nacionais, acionados sempre que os especialistas têm alguma dúvida em como tratar o paciente que dá entrada em uma unidade de saúde – públicas e privadas – com suspeitas de envenenamento ou intoxicação.
A população em geral também pode fazer a consulta nestes estabelecimentos antes do primeiro atendimento médico, para saber como agir.
Por isso, ao mesmo tempo em que o crescimento de registro pode espelhar uma melhora da comunicação de atendimento por parte dos profissionais, o aumento também detecta um fenômeno já descrito pelas unidades que tratam de dependentes químicos.
Segundo os especialistas em álcool e outras drogas, é crescente o número de viciados de múltiplas substâncias. Quando procuram atendimento para desintoxicação, os pacientes relatam ser usuários, de forma simultânea, de cocaína, álcool, maconha e crack.
A mistura de entorpecentes deixa o organismo mais vulnerável à overdose, já alertou o psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo, Ronaldo Laranjeira. Outro prejuízo é que o tratamento para o coquetel de drogas viciantes também é mais complexo, já que são necessárias várias abordagens terapêuticas diferentes.
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