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Vi muitas pessoas sangrando', diz cearense que estava em navio

16/01/2012
Cearense de 17 anos sobreviveu a naufrágio na Itália.
Lia conta que só percebeu a gravidade do acidente quando estava no bote

"Estávamos relativamento calmos. Quando entramos no bote é que vimos que o navio estava totalmente inclinado. Meu Deus. Olha o risco que corri", relata a sobrevivente do navio que naufragou na Itália na sexta-feira, 13, Lia Cavalcante. ''Vi muitas pessoas sangrando'', disse.

Lia, 17 anos, estava no barco com namorado, Plínio Ramos, 19 anos, e 15 familiares dele. Lia conta que no momento em que navio se chocou com uma rocha ela estava com amigos no restaurante.

"Nós sentimos o impacto nos nosso pés. A gente tinha visto alguns pratos caírem por causa do balanço do navios, mas dessa vez voaram vários", conta. Ela diz que viu várias pessoas sangrando com ferimentos de vidros e pratos que caíram sobre os passageiros nos restaurantes do navio.

A família de 17 cearenses estava no navio comemorando 50 anos de casamento dos avós, quando foram surpreendidos na noite do último dia de viagem. "Em um momento, os técnicos chegaram a afirmar que estava tudo sob controle", acrescenta. A princípio a tripulação do navio disse que estava tudo bem e que poderíamos retornar ao navio, mas nós pegamos logo o colete salva-vidas e fomos para o bote.  Fomos por instinto", diz.

Lia conta que percebeu a gravidade da situação quando um amigo decifrou códigos do sistema de som do navio direcionados à tripulação. "O primeiro código dizia para transferir os feridos; o segundo era para abandonar o navio", lembra a sobrevivente.

"Relativamente calmos"
A brasileira que sobreviveu ao acidente diz também que presenciou muita gente desesperada durante o naufrágio, mas seu grupo se manteve "relativamente calmo". "Isso ajudou muito a manter a ordem e organização do nosso grupo", diz. Lia conta que após o resgate foi levada a uma ilha próxima ao local do acidente, onde aguardaram a chegada dos demais familiares. "Nós perdemos a noção do tempo, mas acredito que levou de duas a três horas até a última pessoa do nosso grupo chegar a ilha."

"O que causou muito estresse é que nem sempre nos mantivemos unidos. No nosso grupo tinha uma criança que foi logo levada ao bote pela mãe. Outro idoso também ficou o tempo todo separado da gente", diz.

Buscas
Bombeiros encontraram o corpo da sexta vítima do naufrágio durante a madrugada desta segunda-feira (16). O corpo estava em uma seção não inundada do navio. O homem era um passageiro e vestia um colete salva-vidas. A identidade não foi revelada.

A embaixada dos Estados Unidos informou em sua página do Facebook que 118 de 120 passageiros americanos foram encontrados.

Também há dois casais franceses e uma pessoa de nacionalidade não revelada entre os desaparecidos. A nacionalidade dos tripulantes desaparecidos não foi informada.

No domingo, três pessoas foram resgatadas com vida do interior do barco. Marrico Giampetroni, comissário-chefe de bordo do navio foi retirado e içado de helicóptero, pois tinha uma perna quebrada. Ele foi levado a um hospital da cidade de Grosseto, no continente.

O acesso ao tripulante foi difícil, porque os resgatistas tiveram de atravessar regiões alagadas dentro do navio, que virou e está parcialmente submerso no Mar Mediterrâneo.
Verdes Mares

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