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Renúncia de Ricardo Teixeira favorece a Copa, dizem congressistas


12/03/2012
O anúncio de que Ricardo Teixeira abandonou a presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e do COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo de 2014 favorece a organização do Mundial no Brasil, segundo congressistas.

Nesta segunda-feira, quatro dias após se licenciar da presidência da CBF alegando problemas de saúde, Teixeira comunicou que deixará o cargo em definitivo, bem como a chefia do COL. O ex-governador de São Paulo e vice-presidente da CBF, José Maria Marin, assumiu os dois postos.

Para o deputado José Rocha (PR-BA), membro da bancada da bola (grupo informal de congressistas tradicionalmente aliados à CBF), a renúncia de Teixeira vai desobstruir os canais de negociação entre a CBF, o governo, o Congresso e a Fifa (federação que rege o futebol mundial). Segundo ele, a relação da CBF com as três instituições estava desgastada, o que vinha prejudicando a organização da Copa.

Rocha afirmou que o sucessor de Teixeira na CBF e no COL, José Maria Marin, tem todas as credenciais para ocupar os postos, por já ter sido governador de São Paulo (entre 1982 e 1983) e presidente da Federação Paulista de Futebol (entre 1982 e 1988).
"Usando toda a sua experiência, tendo boa interlocução com o governo, a Fifa e o Congresso, ele vai ser bom organizador do evento. Mas temos todos que estar unidos em torno dele", disse.

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), Teixeira demorou para renunciar. "É uma uma vergonha, mais do que vitória, levar tanto tempo para afastar alguém tão desmoralizado", afirmou Dias, que em 2001 presidiu a CPI do Futebol.

Segundo o senador, desde a CPI, foram apontadas irregularidades na gestão do futebol nacional, mas providências nunca foram tomadas "em razão da cumplicidade de muitos, que foram envolvidos pela força do poder econômico e político que a CBF exerce em autoridades do Legislativo, Executivo e Judiciário".

Com a substituição na chefia da CBF, diz ele, "talvez não mude muito, porque processo sucessório pode significar troca de seis por meia dúzia". Ele defende que o governo influencie a escolha do sucessor de Teixeira no órgão, uma vez que a CBF é a principal parceira da administração federal na organização da Copa.

"Propinas"

O jornalista da BBC Andrew Jennings, autor de reportagem que denunciou uma rede corrupção na Fifa, concorda que levou muito tempo para Teixeira deixar o posto.
Uma reportagem veiculada no programa de TV Panorama, em 2010, afirmou que a Fifa estava impedindo a divulgação de um documento que revelaria a identidade de dois dirigentes da Fifa forçados a devolver dinheiro de propinas em acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça, em 2010. Segundo o programa, um dos dirigentes era Teixeira e o outro, seu sogro e ex-presidente da Fifa, João Havelange. "Ele foi um desastre para o futebol nacional, espero que agora as coisas melhorem", disse Jennings.
Ele afirma, porém, que os aliados de Teixeira também precisam deixar seus postos na CBF e no COL. "Não podem tirar a Copa do Brasil, por causa dos contratos comerciais assinados. Vocês no Brasil têm talento o suficiente para organizar a Copa do Mundo sem a turma do Teixeira".
Terra

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