FOTO: ANTONIO RODRIGUES
A obra é vital para levar a água da Transposição do Rio São Francisco até o Açude Castanhão, responsável pelo abastecimento de Fortaleza e Região Metropolitana, que hoje acumula apenas 3,69% de sua capacidade máxima
Por Antonio Rodrigues | 07/02/2019
O chamado “eixo emergencial” do Cinturão das Águas do Ceará (CAC) já está pronto para receber as águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). A informação foi confirmada pela Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), do Governo do Estado. Este trecho, pensado há dois anos, conduzirá as águas do “Velho Chico” até o Riacho Seco, em Missão Velha. De lá, fluirá pelo Rio Salgado, que deságua no Rio Jaguaribe, seguindo até o Açude Castanhão. Do maior reservatório do Estado, continuará pelo Eixão das Águas para garantir o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
A água que chegará à capital cearense vai passar pelo Trecho 01 do CAC que tem, ao todo, 149,85 km de extensão. Contudo, o “eixo emergencial”, que percorre somente 53 quilômetros desta primeira, está concentrado nos lotes 01 (38,5 km), 02 (9,2 km) e 05, onde estão os túneis Sítio Alto I, Sítio Alto II e Veneza.
Apesar de o secretário Francisco Teixeira declarar que as obras estavam prontas em dezembro, ainda restavam algumas atividades de escavação, revestimento do canal e estrutura de concreto. Na época, pouco mais da metade das obras de drenagem haviam sido finalizadas. O Lote 2 já apresentava 90% de avanço físico. Todo “eixo emergencial” registrava 96% de conclusão.
No início de dezembro, restava pouco menos de 130 metros de canal no Lote 2, mas tudo foi finalizado ontem. Já o Lote 1, também está concluído no trajeto do “eixo emergencial”, mas ainda restam 4%, que não afetará a chegada das águas do São Francisco. O último repasse do extinto Ministério da Integração Nacional – hoje Ministério de Desenvolvimento Regional – foi de R$ 43 milhões entregue naquele mesmo mês.
O diretor de Águas Superficiais da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), Antônio Madeiro Lucena, explica que a vazão disponibilizada será de 12m³/s, o suficiente para suprir a demanda da RMF, caso seja ininterrupta. “Em um ano, será suficiente. O ‘eixo emergencial’ era a única maneira de antecipar a chegada da água do São Francisco em Fortaleza”, garante.
Caso não fosse concluído, a chegada da água em solo cearense era incerta, já que todo Trecho 1 do CAC tem pouco mais de 60% de avanço físico. O Lote 04, por exemplo, está parado. Por isso, há dois anos, a Sohidra estudou uma maneira de a água chegar o mais rápido possível na capital cearense. O Riacho Seco, em Missão Velha, se tornou viável porque ele é capaz de absorver até 100m³/s de água. “O projeto original era pra ter visto isso, que poderia ter feito um canal até o Riacho Seco e depois um canal em seguida”, lamenta Lucena.
A grande dúvida que resta agora é: quando as águas do PISF chegarão à barragem de Jati, no município homônimo, para ser captada pelo CAC? A última previsão de entrega da obra foi entre os dias 26 e 28 de dezembro, com a chegada prevista até março. Hoje, não é nenhuma data. Por outro lado, o Eixo Norte, que atenderá Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, já tem mais de 97% dos seus serviços concluídos. Todas as grandes estruturas para conduzir a água aos estados beneficiários estão prontas – estações de bombeamento, túneis e canais.
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