(Foto:
Reuters)
O terceiro trimestre começou com 13,1 milhões de desempregados e
o menor número de pessoas ocupadas da série histórica. Taxa de desemprego nos
três meses até julho chegou a 13,8%
30 de setembro
de 2020
Camila Moreira,
Reuters - O terceiro trimestre começou com 13,1 milhões de desempregados no
Brasil e o menor número de pessoas ocupadas da série histórica, levando a taxa
de desemprego a saltar para o recorde de 13,8% nos três meses até julho, com o
mercado de trabalho sob contínua pressão das consequências da Covid-19.
A taxa de
desemprego subiu 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e contra
11,8% no mesmo período de 2019.
Esse é o nível
mais alto da série histórica iniciada em 2012, de acordo com os dados da Pnad
Contínua divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
O resultado
ainda ficou um pouco acima da mediana das previsões em pesquisa da Reuters, de
que a taxa ficaria em 13,7% no período.
Nos três meses
até julho, o Brasil contabilizava 13,130 milhões de desempregados como
consequência das medidas de contenção do coronavírus, que vêm afetando a
economia desde o final de março.
O número de
desempregos no trimestre até julho representa alta de 2,5% em relação aos três
meses imediatamente anteriores e avanço de 4,5% sobre o mesmo período do ano
anterior.
Entre maio e
julho, houve ainda queda de 8,1% no número de pessoas ocupadas na comparação
com o trimestre imediatamente anterior, além de recuo de 12,3% sobre o mesmo
período do ano passado. Com isso, o número de pessoas ocupadas chegou no
período a 82,027 milhões, o menor contingente da série.
O nível de
ocupação também foi o mais baixo da série, atingindo 47,1%, uma queda de 4,5
pontos frente ao trimestre anterior e de 7,6 pontos contra o mesmo trimestre de
2019.
“Os resultados
das últimas cinco divulgações mostram uma retração muito grande na população
ocupada. É um acúmulo de perdas que leva a esses patamares negativos”, disse a
gerente da pesquisa, Adriana Beringuy.
No auge da
pandemia, houve um forte movimento de pessoas que estavam desempregadas ou
perderam trabalho em direção à população fora da força, ou seja, aquele grupo
que estava sem trabalho e não buscava uma vaga. Com a flexibilização das
medidas de isolamento social, muitas pessoas estariam se encorajando a voltar a
buscar uma vaga no mercado de trabalho.
A população fora
da força de trabalho atingiu o recorde da série e chegou a 78,956 milhões de
pessoas - mais 8 milhões em relação ao trimestre anterior e mais 14,1 milhões
frente ao mesmo trimestre de 2019.
Entretanto, o
aumento foi menor do que no trimestre encerrado em junho, quando o ganho foi de
10 milhões de pessoas.
“A população
fora da força aumentou muito, mas em julho, aumentou menos. Isso pode indicar
um certo retorno das pessoas ao trabalho. Os movimentos ainda são discretos no
comparativo com todo o período, mas é um indicativo”, explicou Beringuy.
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