20 de Setembro de 2021
A inauguração
da prática moderna sobre crítica e elogio à administração pública remete à
Suécia do século XIX, na criação da palavra “ombudsman”, termo para
“representante do povo”. Outros países europeus e os Estados Unidos seguiram o
exemplo, tornando presente a figura do ombudsman em diversos níveis da
administração pública. Mas foi a internet que “viralizou” os debates sobre
ética e transparência, mirando os dedos ágeis dos internautas às empresas.
No Brasil, a
ouvidoria surgiu no período Colonial, no século XVI, com a nomeação do primeiro
Ouvidor-Geral, o “ouvidos do rei”, para garantir a rigorosa aplicação das leis
na metrópole. A função foi abandonada e, depois, reinventada na
redemocratização brasileira na década de 1980, agora, inspirada na visão sueca
do ombudsman. Acolhia as expectativas sociais e buscava realizá-las junto ao
Estado.
Na esfera
privada, a principal função do profissional da Ouvidoria é garantir, com
eficiência e austeridade, o desenvolvimento da empresa e de todos que dela
participam: clientes, empregados, parceiros comerciais, comunidade, além do
corpo diretivo e gerencial da empresa, conforme conceito da Associação
Brasileira dos Ouvidores. O canal de ouvidoria deve ser imparcial e ético. O
principal recado? Toda manifestação é bem-vinda à empresa.
Na prática,
posso citar a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que teve sua Ouvidoria
criada em 2014, ainda na fase de implantação/construção da empresa. Somos
aderentes aos Princípios do Equador, criados em outubro de 2003 por 10 bancos
internacionais. Trazem boas práticas de referência da indústria financeira para
determinar, avaliar e gerenciar riscos sociais e ambientais de grandes (e até
de pequenos) projetos. Os princípios usam como base os chamados Padrões de
Desempenho do International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do
Banco Mundial.
São 10
princípios e o número 6 menciona a necessidade ter um mecanismo para receber
comentários sobre o desempenho socioambiental e facilitar a busca de soluções.
A Ouvidoria da CSP foi além e estendeu sua função para dentro, sendo o canal
oficial para receber relatos sobre práticas em desacordo ao nosso Código de
Conduta Ética e com o Programa de Integridade da CSP.
Seja na
iniciativa pública ou privada, o zelo pelos princípios éticos e transparência
são bases para as boas relações internas e externas. E a referência de fazer o
certo da maneira certa não pode ser o “olho” implacável e onipresente do
internauta. É preciso ter ética e transparência como valor.
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