São Gonçalo do
Amarante 29 de Setembro de 2021
A expectativa
é que a unidade, localizada em São Gonçalo do Amarante, produza 100 milhões de
latas de sardinha e atum até 2022
“Para nós é
muito importante fortalecer a economia do mar, uma atividade que tem um grande
potencial no litoral cearense e no Nordeste brasileiro”. A declaração foi dada
pelo governador Camilo Santana, nesta terça-feira (28), durante a inauguração
da nova unidade de fabricação e envase de sardinhas e atum da empresa
brasileira Robinson Crusoé, em São Gonçalo do Amarante.
Também
estiveram presentes na inauguração, o presidente mundial do grupo espanhol
Jealsa, do qual faz parte a marca Robinson Crusoé, Jesús Manuel Alonso Escuris;
o ex-prefeito de São Gonçalo do Amarante, Cláudio Pinho; o secretário do
Desenvolvimento Econômico Trabalho (Sedet), Maia Júnior; o presidente da
Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão; e o deputado estadual Júlio
César Filho.
Os produtos da
marca Robinson Crusoé são feitos pela Crusoe Foods, que se instalou em São
Gonçalo do Amarante em 2014 e, desde então, abastece as regiões Norte, Nordeste
e parte do Sul e Sudeste. Desempenho que a consolida como maior indústria de
pescados do Norte e Nordeste e a terceira maior do País, representando 11% do
mercado nacional de atum.
A expectativa
é que a nova divisão da fábrica produza 100 milhões de latas de sardinhas e
atum até 2022. Para isso, a área total do complexo fabril foi ampliada de 8 mil
m² para 12 mil m² . A expansão está prevista nos investimentos projetados pela
Companhia para a região que totalizam R$ 100 milhões nos próximos cinco anos.
Até o momento, o grupo destinou R$ 57 milhões para a tecnologia industrial e
modernização.
O investimento
amplia os negócios do grupo no Ceará e mira exportações. “Estamos começando
exportação para os Estados Unidos. Já vendemos na América Latina. E estamos
negociando exportações para a União Europeia. Creio que vamos conseguir, tenho
grande esperança, porque confio muito no modo de conduzir as coisas”, ressalta
o presidente do grupo, Jesús Manuel Alonso.
Atualmente, a
unidade da Crusoe Foods em São Gonçalo do Amarante gera 540 empregos diretos,
com aproximadamente 70% dos postos de trabalho ocupados por mulheres, e 1.500
empregos indiretos, contando com a força de trabalho de pescadores locais.
“Essa
ampliação que estamos fazendo vai nos possibilitar que, dentro de um período de
oito a dez meses, a gente comece a trabalhar na fábrica em dois turnos, isso
pode nos dar uma possibilidade de aumentar em 30 a 40% o número de empregos
ainda para o próximo ano. Estamos falando de mais 150 vagas de emprego”, aponta
Fernando Botelho, diretor de Controladoria da empresa.
Além da
geração de emprego, a fabricação própria também possibilita à Robinson Crusoe
manter a qualidade presente nos produtos – incluindo a utilização de atum
fresco – e fazer o aproveitamento de todo o processo do pescado. “Hoje, a
Crusoe é uma empresa que utiliza 100% do que entra dentro da fábrica. O
pescado, a gente faz a conserva, e é gerado um subproduto; esse subproduto é
destinado para fabricação de farinha que depois será aplicada na indústria de
ração para pet. A parte do aço que sobra ao fabricar nosso próprio envase, ele
também é utilizado para reciclagem, assim como plástico e papelão. Não há nada
que entre na nossa fábrica hoje e seja descartado como lixo. A gente consegue
dar uma destinação correta a todos os insumos”, complementa Botelho.
Segundo o
secretário-executivo do Agronegócio da Sedet, Sílvio Carlos Ribeiro, a
capacidade de produção da Robinson Crusoe tem sido responsável por colocar o
Ceará como primeiro lugar na exportação de atum em conserva no País. “De
janeiro e agosto de 2021, nós crescemos 171% nas exportações de conservas de
atum, e só a Robinson Crusoe exporta no Ceará e no Brasil”, afirma.
Ele aponta,
ainda, que o Ceará é destaque nas exportações de pescado em geral, registrando
um aumento de 45,6% entre janeiro e agosto deste ano. “Em 2019, fomos o
primeiro exportador de pescado no País. Em 2020, ficamos em segundo, e, neste
ano, acreditamos que voltaremos a ficar em primeiro lugar. Disputamos com o
Pará, mas o potencial aqui é maior porque temos a lagosta, que tem alto valor
agregado”, destaca.
O Governo do
Ceará, por meio da Sedet, coordena estratégias para potencializar a economia do
mar, dentre elas, o desenvolvimento de um projeto que viabilizará a criação do
primeiro entreposto pesqueiro do estado. “Para que o pescado tenha melhor
qualidade, garantida desde a origem do porto e da embarcação, passando pelo
acondicionamento do porto, do recebimento e da exportação”, justifica Sílvio
Carlos.
Outra
iniciativa é o Instituto do Mar, que está sendo desenvolvido em parceria com
instituições públicas e privadas, com o apoio de universidades e do Programa
Cientista Chefe. O Instituto do Mar será localizado em Fortaleza.
Além disso,
uma comitiva com representantes da Sedet e do Complexo Industrial e Portuário
do Pecém deve ir à Galícia, na Espanha, para visitar portos. A ideia é que o
Ceará conheça experiências que inspirem a criação de um porto pesqueiro no
estado.
Durante a
inauguração, a Assembleia Legislativa concedeu o título de cidadão cearense ao
empreendedor espanhol e fundador do grupo, Jesús Alonso Fernández. A homenagem
foi recebida pela neta do empresário, Carlota Alonso López.
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