Neste ano de 2022, o Programa de Reflorestamento da CSP completa
10 anos. Conheça como esse trabalho foi realizado e quais os resultados até
agora
São Gonçalo do
Amarante, 6 de Junho de 2022
Voltamos à
área reflorestada de 206 hectares (ha) na Estação Ecológica do Pecém, em São
Gonçalo do Amarante, após 10 anos da realização do Programa de Reflorestamento
da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Lá foi o maior espaço reflorestado
pela empresa, além de 15 ha na Lagoa do Bolso e 191 ha na área interna da
empresa, somando 412 ha, com 320 mil mudas de 90 espécies nativas, incluindo o
Gonçalo-alves, ameaçado de extinção. Mas como esse programa foi feito e quais
os resultados? Ramyro Batista entrou na CSP em 2012 como analista de Meio
Ambiente para acompanhar esse reflorestamento. “O programa foi inovador desde a
supressão vegetal na área de construção da usina. Foi realizada a coleta
genética de cada planta identificada. Mapeamos 90 espécies da flora na área da
CSP e não era autorizado o corte sem antes coletar fruto para beneficiar a
semente e gerar mudas, mantendo a mesma genética e preservando a biodiversidade
local”, relembra Ramyro.
A siderúrgica
criou um viveiro florestal próprio, levando o excedente ao armazenamento em um
banco de germoplasma, um laboratório especializado em armazenagem de sementes
para outros programas de reflorestamento que foi doado ao Parque Botânico do
Ceará, em Caucaia. Em função do acompanhamento do reflorestamento durante dois
anos, a CSP foi a primeira empresa no Estado a receber a certificação de
reflorestamento ambiental da SEMACE (Superintendência Estadual do Meio
Ambiente). Além disso, foi produzido o livro “Fazendo o certo, da maneira
certa”, com o relato detalhado do projeto.
Parceria para
educação ambiental
Aline Parente
Oliveira, que atuou sete anos como gestora da Unidade de Conservação de
Proteção Integral Estação Ecológica do Pecém, gerenciada pela Secretaria do
Meio Ambiente (SEMA), relatou sobre a importância e objetivos de criação da UC
(realização de pesquisa científica e a preservação do ecossistema) e enfatizou
sobre atividades socioambientais realizadas na Sede administrativa, tais como
palestras, oficinas, capacitações e vivências ambientais. A sede conta com
auditório, biblioteca, salas de reuniões, expositor de banco de sementes e duas
trilhas ecológicas.
“Com o
surgimento da CSP, que se mostrou muito envolvida, não só com a questão do
reflorestamento, mas com a preocupação de cuidar da unidade de conservação para
as pessoas que estão vivendo ali ao redor, desenvolvemos várias ações para as
comunidades locais. Tem sempre um elo entre a empresa, a Secretaria do Meio
Ambiente e as comunidades locais. Temos vários parceiros e a CSP é um deles”,
relata Aline.
Nertan Bento
Bandeira é o guia das duas trilhas demarcadas na Estação Ecológica do Pecém.
Ele conta do orgulho do seu trabalho. “A gente cuida do lugar como se fosse
nossa própria casa e mostra aos visitantes como forma de educação ambiental”,
ressalta o caucaiense que nos levou ao ponto onde foram gravadas imagens para
um mini-webdoc sobre o reflorestamento.
Empreendedorismo
ambiental
A área
recuperada pela CSP equivale a 412 campos de futebol. O gonçalense José Gildo
Bezerra Correia fez parte dessa história e aprendeu o ofício com o qual
trabalha até hoje. Ele tem um negócio de paisagismo, jardinagem, plantio de
produção de mudas. “Eu trabalhei na empresa que fez a supressão vegetal na CSP.
Após 10 meses, passei pra função de reflorestamento, plantando mudas nativas na
Estação Ecológica do Pecém. Aprendi a trabalhar com plantas. Continuei
prestando serviço à CSP até 2021 e hoje tenho meu próprio negócio”, conta
Gildo, olhando com orgulho pra flora que ele ajudou a desenvolver. Os 10 anos
do Programa de Reflorestamento da CSP é um dos temas a serem celebrados e
debatidos na Semana do Meio Ambiente 2022 da CSP, que acontece de 6 a 11 de
junho, com palestras, plantio de árvores, passeio e sorteio de brindes.
Preservação do
Gonçalo-alves
Em toda área
da CSP, durante o processo de supressão vegetal, foram encontrados apenas três
exemplares de grande porte da espécie nativa Gonçalo-alves, bastante utilizada
em movelaria. Esse fato, somado à literatura sobre essa árvore, ligou o sinal
de alerta para o potencial de extinção da espécie. Assim, passou a ser o
carro-chefe do reflorestamento da CSP, conforme relembra Ramyro Batista.
A árvore pode
atingir altura entre 8 e 12 metros. A planta tem uso medicinal e é cultivada
também para o paisagismo e a arborização urbana. Para cooperar com a
preservação do Gonçalo-alves, a CSP coletou sementes e utilizou mudas da
espécie em ações de reposição florestal. A madeira da espécie é própria para
construção civil e naval, marcenaria, confecção de dormentes, corrimãos, balaústres,
mancais, esteios, rodas hidráulicas e portas de fino acabamento. A árvore, pelo
porte médio e graciosidade de sua copa, é muito útil para o paisagismo em
geral.
A curiosidade
sobre a planta também fez a espécie ser lembrada para compor experimentos
científicos brasileiros em ambiente de microgravidade na Missão Centenário, em
março de 2006, na Estação Espacial Internacional (ISS). “A bordo da nave russa
Soyuz TMA-8, as sementes foram levadas pelo tenente-coronel Marcos Cesar
Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço”, informa a Embrapa.
Durante o experimento no espaço, as sementes do Gonçalo-alves germinaram com
maior velocidade, em comparação ao ambiente terrestre.
Barreira verde
“abraça” a usina
Internamente,
a CSP segue avançando na ampliação da Barreira Verde que “abraça” a usina, ação
projetada como um equipamento de proteção ambiental em 2012. Desde então, vem
somando vários benefícios para quem trabalha na CSP e mora nas proximidades. A
expansão das barreiras verdes da CSP recebeu 1.308 novas mudas em 2021. Ao
longo de 2022, deverão ser plantadas mais de 8 mil mudas.
“A meta é
adensar ao máximo, trazendo mais verde pra a siderúrgica e diminuindo a chegada
de ventos nessas áreas que têm pilhas de materiais com potencial de geração de
particulados. Nossa meta é fechar algumas áreas. Atualmente, estamos fechando o
pátio de matérias-primas”, reforça o analista ambiental.
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