Presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução |
Por Moisés Mendes
Bolsonaro tem um mês para tentar reconstruir seu projeto de golpe, mesmo que estejam (ele e o plano) caindo aos pedaços.
O sujeito aposta que os patriotas não sairão da frente dos quartéis, que generais de pijama continuarão incentivando o golpe, que vozes como a de Carla Zambelli manterão a tropa animada e que no fim, se nada acontecer até a posse de Lula, terá conseguido empurrar a bronca dos acampamentos nos quartéis para o novo governo.
Bolsonaro explora os patriotas até onde for possível, enquanto vai contando com manifestações diárias pelo golpe.
O problema é se os contatos da sua turma com extraterrestres tiverem êxito e todos os seus seguidores forem abduzidos.
É engraçado, mas é triste ao mesmo tempo. Porque esse pessoal que se mantém nas ruas e acredita em marcianos golpistas não tem condições de ser o lastro civil de um golpe.
A extrema direita civil sabe, os generais sabem, até os extraterrestres estão sabendo. Os patriotas estão sendo explorados nas suas crendices e mais adiante estarão diante da prestação de uma conta cara ao Ministério Público e à Justiça.
É improvável que a arruaça se mantenha a mesma depois da posse de Lula. É impensável que o novo governo aceite ser desafiado por eventual radicalização nos acampamentos e nas estradas.
Bolsonaro, os políticos que (ainda) o sustentam, os militares e empresários oportunistas estão usando pessoas crédulas numa aventura que terá custos.
Ninguém imagina que o desfecho do que acontece desde o segundo turno venha a ver uma anistia geral para os que pregam o golpe e atos violentos.
Pode não ter consequências para os líderes, que na direita sempre são poupados, mas vai sobrar para os manés, com certeza.
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