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Por que Tony Garcia decidiu implodir Sérgio Moro e os procuradores | Por Joaquim de Carvalho


Tony Garcia e Sérgio Moro (Foto: Reprodução/TV 247 | Agência Brasil)

Em 2018, procuradores discutiram acordo com o agente infiltrado para obter vídeo que expunha Beto Richa e beneficiava aliados da Lava Jato na corrida ao Senado

Mensagens encontradas no computador do hacker Walter Delgatti Neto, apreendido na operação Spoofing, confirmam as denúncias que o empresário Antônio Celso Garcia, o Tony, fez na primeira entrevista à TV 247.

Em 2 de junho, ele contou que, em 2018, após 13 anos, decidiu colocar um fim na sua relação como agente infiltrado de Moro e procuradores da república de Curitiba. Tony tinha em seu poder uma gravação de mais de uma hora com o chefe de gabinete do governador Beto Richa, do PSDB, feita em 2013, que trata do direcionamento de uma concorrência pública em benefício da Odebrecht.

Os procuradores da Lava Jato queriam a gravação para apresentar a denúncia que levaria Beto Richa à prisão. Para entregá-la, Tony exigiu que o primeiro acordo com Moro e os procuradores, celebrado em 2006, fosse cumprido e imóveis dele, dados em garantia, fossem liberados, já que as obrigações tinham sido cumpridas. Além disso, o agente infiltrado queria que o Ministério Público Federal concordasse com os termos de um acordo no Ministério Público Estadual sobre o caso de Beto Richa.

Numa troca de mensagens, em 10 de julho de 2018, o procurador Diogo Castor de Mattos apresenta a minuta do acordo com essas exigências de Tony e pergunta: "Pode autorizar?"

Tony não sabia dessa conversa no chat, mas conta que, na mesma data, recebe telefonema ameaçador de Januário Paludo, que queria a gravação sem ter que, em contrapartida, conceder a "alforria" de Tony.

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