Polícia Federal pede quebra de sigilos bancário e fiscal de Jair Bolsonaro no esquema de venda de presentes oficiais
Polícia Federal e Bolsonaro com Mauro Cid (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Isac Nóbrega/PR) |
A PF também quer ouvir a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro e avalia que há provas suficientes para pedir a prisão do general Mauro Lourena Cid e do advogado Frederick Wassef
A Polícia Federal submeteu ao Supremo Tribunal Federal um pedido de quebra de sigilo fiscal e bancário, bem como para a realização de interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro, a respeito do esquema internacional envolvendo a venda ilegal de joias e presentes recebidos durante seu período no cargo máximo do país. A informação é da colunista Eliane Cantanhêde, do Estado de S. Paulo. Pedido de quebra de sigilo é considerado como mais um avanço em direção à possível detenção do ex-presidente.
No mesmo documento, a Polícia Federal também pede ao STF autorização para ouvir depoimento da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Outra providência adotada pela PF foi estabelecer contato com o FBI, a agência policial dos Estados Unidos, para ampliar as investigações além das fronteiras nacionais. Não obstante, a avaliação atual é que os elementos probatórios e indícios já acumulados parecem suficientes para embasar a prisão tanto do general Mauro Lourena Cid quanto do advogado Frederick Wassef, por exemplo. Os dois foram alvo de ações de busca e apreensão executadas pela Polícia Federal nesta sexta-feira. O filho do general, tenente-coronel Mauro Cid, é identificado como o pivô central do esquema, acumulando já acusações por outros delitos e encontrando-se detido.
Os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) irão requisitar, nesta sexta-feira (11), a retenção imediata dos passaportes de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro. Os parlamentares justificam que a medida é necessária diante das “graves denúncias” de que Bolsonaro teria utilizado a estrutura do governo federal para desviar presentes de alto valor oferecidos a ele por autoridades estrangeiras.
O jurista Miguel Reale Jr. afirmou que existem elementos suficientes para a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias. De acordo com o analista, o ex-ocupante do Planalto tentou destruir provas de que presentes recebidos de governos de outros países iriam para o patrimônio pessoal, e não para o acervo do Estado brasileiro, como pede a lei. "Alguns elementos de prisão preventiva aparecem porque a prisão preventiva se justifica para evitar que pessoa com poder, nesse caso, possa interferir para evitar a obtenção de provas. E esse fato da recompra do relógio, que é obstrução de provas, sem dúvida nenhuma, justificaria uma prisão preventiva", disse o jurista em entrevista ao portal Uol.
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