Chegam ao Brasil sites de relacionamento especializados em aproximar homens e mulheres casados que desejam relações sexuais extraconjugais fortuitas e sem nenhum tipo de compromisso
Há mais mistérios no universo das redes sociais do que supõe nosso vão conhecimento em comunidades virtuais. As novidades do setor que acabam de chegar ao Brasil não deixam dúvida em relação a isso. Ou vai dizer que você já ouviu falar em sites de relacionamentos especializados em aproximar pessoas casadas dispostas a ter relacionamentos extraconjugais entre si? Você não leu errado, é isso mesmo. O Brasil acaba de receber filiais de dois sites internacionais voltados para ajudar homens e mulheres casados interessados em relações sexuais fortuitas fora do casamento, com sigilo, discrição, sem nenhum tipo de envolvimento nem compromisso - o que, cá para nós, em tempos analógicos era conhecido como “pular a cerca”.
Na última segunda-feira, estreou por aqui o The Ohhtel (www.ohhtel.com). Sucesso nos Estados Unidos, onde tem mais de um milhão de usuários, o site estendeu sua atuação até o Brasil depois que executivos do grupo perceberam uma grande procura de brasileiros pela matriz norte-americana. “A gente descobriu, por causa dos IPs, que muitos brasileiros estavam querendo se inscrever no site norte-americano. O Brasil era o terceiro país que mais acessava nosso site, só perdendo para a Argentina e para os Estados Unidos, respectivamente. Além disso, recebemos 3 mil emails perguntando quando a gente atuaria aqui no Brasil”, conta a vice-presidente do site para o Brasil, Laís Hanna (leia entrevista exclusiva na página ao lado).
Com o slogan “Uma maneira discreta de ter um caso”, o The Ohhtel atende homens e mulheres, mas diz ter atenção focada com mais intensidade no universo feminino. “A maioria dos homens casados tem um monte de opções para satisfazer suas necessidades sexuais discretamente. Mas e as mulheres casadas?”, questiona Laís. “Nosso objetivo é propiciar um ambiente onde elas possam marcar encontros com segurança e discrição, sem os riscos de serem pegas em bares, em relações no trabalho ou com pessoas próximas”.
A questão do anonimato e da ausência de ligação afetiva é uma das principais características do serviço oferecido por sites como o The Ohhtel. De acordo com Laís, uma das vantagens que os usuários têm é justamente estar em pé de igualdade com os outros inscritos. Eles são casados, nenhum tem intenção de se separar, não querem compromisso, e todos necessitam de sigilo. “O site também evita os riscos de se envolver com pessoas solteiras, que podem estar em busca de relações duradouras, por exemplo”, ressalta a executiva.
O The Ohhtel chega ao Brasil poucos dias depois de um de seus principais concorrentes, o Second Love (www.secondlove.com.br). Lançado na Holanda em 2008, o site, cujo slogan é “A vida é curta, tenha um second love (“segundo amor”, em inglês) tem filiais na Bélgica, Portugal e Espanha. O modus operandi de ambos é parecidíssimo, assim como o discurso de suas executivas.
Nos dois sites, o cadastro para mulheres é gratuito. Elas podem navegar por todo o conteúdo, visualizar perfis e mandar mensagens para pretendentes sem pagar nada. Já para os rapazes, a história é outra. A inscrição é gratuita, mas o acesso a informações e a possibilidade de enviar mensagens é restrito a assinatura de pacotes específicos, cujo preço varia de acordo com o limite pretendido pelo usuário.
Por trás desse discurso oficial de “valorização da participação feminina”, mora uma das mais antigas estratégias de marketing para eventos cujo objetivo principal seja a paquera heterossexual: quanto mais mulheres estiverem inscritas, mais homens desejarão participar por uma simples questão de expansão da oferta. Caso você não lembre, puxe pela memória os bailes/boates/shows e congêneres onde mulher ou não paga entrada ou paga menos que homem por um ingresso.
Voltando aos prestadores virtuais de serviços extraconjugais, os tais sites se recusam a carregar a pecha de “destruidores de lares”. “Nós não obrigamos ninguém a se inscrever no Second Love. De acordo com vários estudos realizados, um em cada três adultos comete adultério pelo menos uma vez na sua vida”, defende Anabela Santos, porta voz do site para o Brasil. “Muitas das pessoas que têm um relacionamento de longa duração têm necessidade de escapar à rotina e monotonia, que possam ter na sua relação atual. Mas a opção de ir além de um simples bate papo virtual é de cada usuário”.
Segundo Anabela, os usuários do Second Love têm faixa etária predominante entre 35 e 49 anos, em todos os países onde o site atua. Por questões de segurança, não são aceitos usuários menores de 25 anos de idade. Já no The Ohhtel, a idade média dos homens cadastrados é 39 anos e das mulheres 33. De acordo com Laís, a proporção de usuários é de dois homens para cada mulher.
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