19/01/2012
O principal objetivo dos advogados de defesa do modelo Daniel Echaniz - eliminado do "Big Brother Brasil 12" na segunda-feira por comportamento inadequado - é fazê-lo retornar ao programa o quanto antes. A declaração foi dada pelo parecerista da área jurídica de causas complexas Wilson Matias em coletiva de imprensa na tarde da quinta-feira, 19. O especialista está coordenando a equipe formada pelas advogadas Adiléia Triani e Luciana Egito.
- Vamos entregar um documento de reconsideração de decisão para a produção da Rede Globo - explicou Wilson, que já cogita recorrer judicialmente caso o pedido não seja atendido. - Almejamos resgatar a
imagem de Daniel. Um ato injusto como esse merece reparação e é essa a nossa prioridade - reforçou.
O ato injusto ao qual o advogado se referiu foram as acusações dos internautas via Twitter de que o modelo teria cometido abuso sexual com a "BBB" Monique Amin enquanto ela estaria desacordada após cosumir quantidade de bebida alcoólica durante festa no programa. A comoção pública fez a Polícia Civil abrir um inquérito para investigar se houve realmente o crime, classificado como estupro de vulnerável.
- Monique disse em depoimento que fez tudo por vontade própria, não estava em estado de inconsciência e garantiu que não houve sexo. Ela é dona do corpo e a lei protege a liberdade sexual. Agora trocar carícias embaixo do edredom tornou-se uma conduta inadequada dentro do reality show? - indagou Wilson Matias. -E se fosse com o Rafa? O galã? Estaria acontecendo tudo isso? Ou será que Daniel foi excluído por ser afrodescendente? Por racismo?.
O modelo, que não compareceu à coletiva, teme pela própria vida, está andando de carro blindado e trocando de apart-hotel a cada dois ou três dias, segundo seus advogados. As visitas dos familiares também estão sendo controladas. Apenas dois por dia, por precaução, com medo de serem seguidos. A decisão de não voltar para onde mora, segundo Wilson, é do próprio Daniel por motivos de segurança.
- E assim também é mais fácil de conseguirmos que ele volte ao "BBB" - disse Wilson.
Nesses apart-hotéis, Daniel está tendo acesso à TV e à internet, em um notebook.
- É bom deixar claro que isso não é um cárcere privado. A Globo está dando toda a assistência e apoio. E o contrato de seis meses com a emissora se mantém. Ele não pensa em processá-la, nem Monique. Eles não foram os pivôs dessa história. E, sim, o público, que se precipitou, afirmou o advogado.
Apesar de tranquilo por saber que o modelo não cometeu crime algum, o parecerista contou que Daniel está muito abalado por ter sua imagem prejudicada:
- Ele é modelo, já fez desfiles internacionais. É um camarada frágil e sensível, que foi rotulado como estuprador. Chorou muito e a família está destruída. É uma situação bastante delicada. Ele só quer voltar a ter uma vida normal.
Antes de entrar para o programa, Daniel teria recebido um convite para trilhar carreira na África do Sul. Agora, o agente do modelo, Sergio Mattos, está tentando recuperar essa proposta para que ele dê continuidade à sua profissão e saia do país. Segundo Wilson, o intuito do agente é protegê-lo. Mas a promotora do Ministério Público Christiane Monnerat já pediu a retenção do passaporte de Daniel.
Procurada, a TV Globo ainda não se manifestou até o momento sobre as declarações do advogado.
O Globo
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