A história se passa em Patos de Minas a 420 de Belo Horizonte. Por muitos anos, o padre Roldão Gonçalves Rodrigues celebrou as missas na Catedral de Santo Antônio, uma das mais antigas da cidade. Depois ele se tornou capelão do Exército, chegou a ganhar R$ 10 mil de salário e construiu um patrimônio que hoje vale alguns milhões de reais.
Quando o padre Roldão morreu, em 2010, 37 parentes entre irmãos e sobrinhos do padre começaram a disputar a herança. Enquanto isso, o vendedor de motos Fabrício Nascentes, que não sabia nada da história, completava 30 anos de uma busca que parecia não ter fim. Ele queria saber quem era o pai dele.
Há cerca de um ano e meio Fabrício recebeu a ligação de um desconhecido. A pessoa se apresentou como primo dele e fez a revelação: Fabrício era filho do padre Roldão.
“Eu comecei a pensar: foi por isso que eu não encontrava meu pai porque eu nunca procurei dentro da igreja”, disse Fabrício Nascentes, vendedor.
E o primo foi direto ao assunto: estava contando o segredo para que Fabrício entrasse na disputa pela herança. “Quando ele falou quem era meu pai logo em seguida começou a falar dos imóveis que ele deixou”, lembra.
Fabrício tratou de confirmar a história. Primeiro, tentou mais uma vez ouvir da mãe dele a resposta que procurava. “Depois que eu cheguei com nome dele e todas as informações, ela confirmou”, conta.
Em seguida Fabrício fez um teste de DNA. Para isso contou com a ajuda de dois irmãos do padre que aceitaram doar sangue para o exame. O resultado deu positivo.
E então Fabrício começou a sonhar com a herança. Uma fazenda no município de Paracatu é o bem mais valioso. Tem um casarão com mais de 10 quartos. E uma cachoeira que virou ponto de turismo na região.
Por enquanto a fazenda está ocupada por uma sobrinha do padre. Ela questiona a validade do teste de DNA. “Foi feito sem testemunha e a gente quer um por Justiça”, afirma Evalda Gonçalves, sobrinha do padre.
E argumenta que o padre Roldão tinha deixado um testamento onde dizia: a casa de retiro e as terras que estiverem em meu nome fica para par quem estiver morando e cuidando da casa e de mim, Essa pessoa foi Evalda. Ela acompanhou o padre nos últimos dias dele.
Mas o problema não estava resolvido. O testamento não foi registrado em cartório.
Evalda e Fabrício divergem sobre o valor da fazenda. Ela diz que é de R$ 1,2 milhão. Ele fala em R$ 5 milhões.
“Entramos com uma ação de investigação de paternidade na Comarca de Patos de Minas acumulada com pedido de herança”, explica o advogado Cleanto Francisco.
O caso está na Justiça. A responsável pela herança até o fim do processo é uma irmã do padre. Ela se antecipou à decisão do juiz e resolveu adiantar uma parcela a Fabrício: 8 mil euros, que equivale a 17 mil reais, e uma caminhonete importada. Roldão Gonçalves, o padre rico que teria um filho, continuará a ser assunto na cidade.
“Cheguei a pensar: o que que meu pai fez pra sociedade para ele não poder ser exposto pra mim, cheguei a pensar que ele era um daqueles terroristas, homens-bombas que fez mal pra cidade inteira? Mas na verdade ele não fez mal pra cidade. Ele era um padre”, diz Fabrício.
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Portal Globo.com
Quando o padre Roldão morreu, em 2010, 37 parentes entre irmãos e sobrinhos do padre começaram a disputar a herança. Enquanto isso, o vendedor de motos Fabrício Nascentes, que não sabia nada da história, completava 30 anos de uma busca que parecia não ter fim. Ele queria saber quem era o pai dele.
Há cerca de um ano e meio Fabrício recebeu a ligação de um desconhecido. A pessoa se apresentou como primo dele e fez a revelação: Fabrício era filho do padre Roldão.
“Eu comecei a pensar: foi por isso que eu não encontrava meu pai porque eu nunca procurei dentro da igreja”, disse Fabrício Nascentes, vendedor.
E o primo foi direto ao assunto: estava contando o segredo para que Fabrício entrasse na disputa pela herança. “Quando ele falou quem era meu pai logo em seguida começou a falar dos imóveis que ele deixou”, lembra.
Fabrício tratou de confirmar a história. Primeiro, tentou mais uma vez ouvir da mãe dele a resposta que procurava. “Depois que eu cheguei com nome dele e todas as informações, ela confirmou”, conta.
Em seguida Fabrício fez um teste de DNA. Para isso contou com a ajuda de dois irmãos do padre que aceitaram doar sangue para o exame. O resultado deu positivo.
E então Fabrício começou a sonhar com a herança. Uma fazenda no município de Paracatu é o bem mais valioso. Tem um casarão com mais de 10 quartos. E uma cachoeira que virou ponto de turismo na região.
Por enquanto a fazenda está ocupada por uma sobrinha do padre. Ela questiona a validade do teste de DNA. “Foi feito sem testemunha e a gente quer um por Justiça”, afirma Evalda Gonçalves, sobrinha do padre.
E argumenta que o padre Roldão tinha deixado um testamento onde dizia: a casa de retiro e as terras que estiverem em meu nome fica para par quem estiver morando e cuidando da casa e de mim, Essa pessoa foi Evalda. Ela acompanhou o padre nos últimos dias dele.
Mas o problema não estava resolvido. O testamento não foi registrado em cartório.
Evalda e Fabrício divergem sobre o valor da fazenda. Ela diz que é de R$ 1,2 milhão. Ele fala em R$ 5 milhões.
“Entramos com uma ação de investigação de paternidade na Comarca de Patos de Minas acumulada com pedido de herança”, explica o advogado Cleanto Francisco.
O caso está na Justiça. A responsável pela herança até o fim do processo é uma irmã do padre. Ela se antecipou à decisão do juiz e resolveu adiantar uma parcela a Fabrício: 8 mil euros, que equivale a 17 mil reais, e uma caminhonete importada. Roldão Gonçalves, o padre rico que teria um filho, continuará a ser assunto na cidade.
“Cheguei a pensar: o que que meu pai fez pra sociedade para ele não poder ser exposto pra mim, cheguei a pensar que ele era um daqueles terroristas, homens-bombas que fez mal pra cidade inteira? Mas na verdade ele não fez mal pra cidade. Ele era um padre”, diz Fabrício.
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