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Eliana Tranchesi, herdeira da Daslu, morre em São Paulo; corpo será enterrado no Morumbi


24/02/2012
A empresária Eliana Tranchesi, ex-dona da butique de luxo Daslu, morreu no início da madrugada desta sexta-feira (24), aos 56 anos, no hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Tranchesi passava por tratamento contra um câncer no pulmão desde 2006, mas a assessoria de imprensa não divulgou detalhes da causa da morte. Em um post publicado no blog de sua filha, Luciana Tranchesi, no dia 13 de janeiro desse ano, a empresária disse que, dias antes, tinha sido diagnosticada uma pneumonia em seu pulmão direito.

O corpo será velado na manhã de hoje no próprio hospital e, ao meio-dia, será encaminhado para o cemitério do Morumbi, na zona sul da capital. O enterro acontece às 15h, ainda segundo a assessoria do Einstein.
Eliana herdou a Daslu da mãe, Lucia Piva –o nome da loja vem da junção dos nomes das primeiras sócias da loja, Lucia Piva e Lourdes Aranha, ambas apelidadas de Lu.

O complexo de luxo passava por dificuldades financeiras e, em 2005, foi alvo da operação Narciso, realizada pela Receita Federal, Ministério Público e Polícia Federal. Na ocasião, Tranchesi chegou a ser presa. Em 2011, credores aprovaram o plano de recuperação judicial da Daslu, que previa a venda da marca e de uma das duas unidades da loja. O grupo Laep Investments assumiu o negócio.

Condenação e prisão
Em 2009, Tranchesi foi presa novamente após ser condenada a 94 anos e seis meses de prisão por crimes como formação de quadrilha, descaminho (importação fraudulenta de produto lícito) e falsidade ideológica. Porém, o Superior Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus à empresária no dia seguinte. A defesa alegou a gravidade do estado de saúde de Tranchesi, que já passava por sessões de quimioterapia para combater o câncer.

Além da empresária, o ministro do STJ Og Fernandes concedeu liminar ao irmão dela, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da Daslu, e a outros cinco condenados.

A sentença que condenou Eliana Tranchesi foi da juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara da Justiça Federal em Guarulhos (Grande SP), que entendeu que a butique Daslu e importadores ligados à empresa faziam parte de uma "organização criminosa". O Ministério Público Federal denunciou os acusados por subfaturamento de produtos importados que eram vendidos na loja, com o objetivo de pagar menos impostos.

Segundo a denúncia, Tranchesi negociava preços de mercadorias no exterior. As importadoras tratavam de subfaturar os valores, e faziam com que a mercadoria entrasse no país por meio de notas falsas e pagando menos impostos. "Verifica-se que o valor de uma calça da 'Marc Jacobs' é de 150 dólares, todavia, o valor declarado para importação foi de apenas 20 dólares. A mesma principiologia foi utilizada com as mercadorias de origem europeia", diz a sentença.

Em carta enviada à imprensa na época, Tranchesi afirmou que sua vida foi "revirada", alegou que não era um "perigo para a sociedade", e disse que, por isso, sua prisão não estava justificada.
Tranchesi foi casada como o médico Bernardino Tranchesi e deixa três filhos: Bernardino, Luciana e Marcela.
UOL

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