Em Editorial e pela primeira vez, Globo diz que Sérgio Moro foi um juiz parcial, mas não faz sua autocrítica
Ex-juiz, transformado em herói pela Globo, destruiu 4,4 milhões de empregos e abriu espaço para a ascensão do fascismoMoro ladeado por João Roberto Marinho e Ascânio Seleme (Foto: Reprodução/Globo)
O jornal O Globo, que transformou o ex-juiz suspeito Sergio Moro em herói, afirmou pela primeira vez, em editorial publicado nesta quinta-feira, que ele foi parcial nos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Uma das cenas mais inusitadas do debate entre os candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), no último domingo, ocorreu nos bastidores. Foi a presença do senador eleito Sergio Moro, ex-juiz, ex-ministro de Justiça e Segurança Pública e ex-desafeto de Bolsonaro, municiando o atual presidente com informações contra Lula", aponta o editorialista.
"Ao aparecer ao lado de Bolsonaro na campanha eleitoral, ele deixa evidente sua parcialidade nos julgamentos contra Lula, que levou à anulação dos processos contra o ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao contrário do que sempre argumentou, acaba por mostrar que seu objetivo, desde os tempos de juiz da Lava-Jato em Curitiba, era atingir Lula, motivado não apenas pelo combate à corrupção, mas também por preferência política e ideológica", prossegue o editorialista.
"É por isso lamentável que Moro contribua para destruir o legado que ele próprio ajudou a construir no combate à corrupção. Ao se reconciliar com Bolsonaro, fecha os olhos a todos os malfeitos, ilegalidades e arroubos golpistas dele. O combate à corrupção deveria ser feito de material mais resistente", finaliza.
O jornal, no entanto, não faz sua autocrítica por ter apoiado um ex-juiz parcial que destruiu 4,4 milhões de empregos, quebrou várias construtoras, arrasou a economia e criou as condições para o golpe de estado de 2016, abrindo as portas para a ascensão do fascismo no Brasil.
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