"É preciso regular as big techs, preservando a liberdade de expressão", diz o ministro do STF Gilmar Mendes
Gilmar Mendes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) |
Ministro afirmou ao jornalista Mario Vitor Santos que discursos que ataquem a democracia não devem ser tolerados
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu a regulação das big techs durante uma entrevista ao jornalista Mário Vitor Santos, no programa "Forças do Brasil", da TV 247. Mendes defendeu a necessidade de regular essas empresas, citando o "modelo europeu" como um bom caminho a seguir. Mendes expressou firme repúdio a discursos que "defendam o nazismo, que neguem o holocausto, que defendam ditadura militar", salientando que tais ideias são inaceitáveis em uma sociedade livre e democrática. Apesar disso, ele também defendeu a importância de "preservar a liberdade de expressão", destacando a necessidade de equilíbrio entre a liberdade e a responsabilidade. "A linha nós sabemos traçar", afirma.
O ministro também falou sobre o processo de impeachment no Brasil, argumentando que se tornou "uma espécie de parlamentarização do modelo presidencialista". Segundo ele, Fernando Collor e Dilma Rousseff, ambos ex-presidentes que sofreram impeachment, "caíram porque perderam a base parlamentar". No entanto, Mendes acredita que a Operação Lava Jato teve consequências ainda mais graves para o Brasil, resultando na "deslegitimação de todo o sistema político". Ele acredita que essa deslegitimação abriu caminho para a ascensão de "um aventureiro como Jair Bolsonaro".
A entrevista também tocou na situação do presidente Lula. Mendes destacou que Lula "não estaria onde está se não fosse a decisão da Segunda Turma, que foi capitaneada por Gilmar Mendes". O comentário refere-se à decisão do STF de anular as condenações de Lula relacionadas à Operação Lava Jato, a partir da suspeição de Sergio Moro, ex-juiz que se se elegeu senador.
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